sábado, 16 de setembro de 2017

A arte de viver bem

A arte do bem viver é uma coisa perseguida por todos porque significa que deu o seu melhor com sabedoria e quem é cristão, concorda comigo quando digo: "vamos aprender com o melhor!"
O grande problema da sociedade é o medo de falar algo, ser mal-interpretado e crucificado (ops, processado) porque a era da informação, por mais irônico que seja, nos emburreceu e nos adoeceu a cabeça.
Aproveitando a minha fase de colocar as leituras em dia... vou tirar pra indicar alguns livros para o nosso crescimento; mas se pego o livro de uma coletânea... lascou, tenho que ler todos. 😹
Análise da Inteligência de Cristo é uma coleção do psiquiatra e escritor brasileiro Augusto Cury que tem por objetivo promover uma abordagem do lado psicológico e comportamental de Jesus com aplicação nas diversas áreas do conhecimento humano.
Sua obra, publicada em dezenas de países, é dividida em cinco livros: O Mestre dos Mestres, O Mestre da Sensibilidade, O Mestre da Vida, O Mestre do Amor e O Mestre Inesquecível. Mas, por hoje, vamos nos ater ao primeiro.
Eis uma breve sinopse do livro: O Mestre dos Mestres tem por objetivo analisar as características da personalidade de Jesus Cristo. Augusto Cury considera que a ciência teria se omitido em pesquisar sobre Jesus e, por isto, busca neste livro expor seus estudos sobre a personalidade "daquele que dividiu a história da humanidade". Segundo o livro, Jesus era uma pessoa que pensava antes de reagir, não impunha suas idéias limitando-se a expor o que pensava e que tratava cada ser humano como um ser único. A seu ver, a personalidade de Jesus seria complexa, misteriosa e de difícil compreensão.
Vamos aos trechos que achei mais preciosos e reveladores só pra deixar com água na boca.
Todos elogiam a primavera e esperam ansiosamente por ela, pois pensam que as flores surgem nessa época do ano. Na realidade, as flores surgem no inverno, ainda que clandestinamente, e se manifestam na primavera. A escassez hídrica, o frio, a baixa luminosidade, pertinentes ao inverno, castigam as plantas, levando-as a produzir metabolicamente as flores que desabrocharão na primavera. As flores contêm as sementes, e as sementes expressam uma tentativa de continuação do ciclo da vida das plantas diante das intempéries que atravessaram no inverno. O caos do inverno é responsável pelas flores da primavera.
Através dessa ilustração podemos perceber que todos temos preocupações existenciais, desafios profissionais, compromissos sociais e problemas nas relações interpessoais que geram continuamente focos de tensão que, por sua vez, geram stress e ansiedade - um verdadeiro efeito dominó. Os focos de tensão podem exercer um controle sobre a inteligência que nos impede de ser livres e exerce uma verdadeira ditadura sobre a inteligência. Mas quem cuida apenas da estética do corpo e descuida do enriquecimento interior vive a pior solidão, a de ter abandonado a si mesmo em sua trajetória existencial.
Você acha que Cristo tinha uma vida enclausurada, fechada, tímida e triste? Sabe de nada, inocente. Apenas, em alguns momentos, sentia necessidade de se isolar para meditar. Quem não tem estes momentos aprisiona a sua emoção e não supera a solidão intrapsíquica.
Jesus reconheceu que a vida humana é sinuosa e possui turbulências inevitáveis, encorajou seus íntimos a não se intimidar diante das aflições da existência, mas a se equipar com ânimo e determinação para superá-las. Disse que tinha vencido o mundo, tinha vencido as intempéries da vida, o que indica que ele vivia sua vida, não de qualquer maneira, mas com consciência, com metas bem estabelecidas, como se fosse um atleta. Cristo tinha todos os motivos para ser tenso, irritado, angustiado, revoltado. Em vez disso, expressava tranqüilidade, capacidade de amar, de tolerar, de superar seus problemas e apesar de ter todos os motivos para ser uma pessoa triste, se mostrava feliz e sereno.
Sabe aquela história de dar a outra face? Pois é, o conteúdo é bem maior do que o que imaginamos, vide abaixo:
Só uma pessoa forte é capaz de dar a outra face. Só uma pessoa segura dos seus próprios valores é capaz de elogiar o seu agressor. Quem dá a outra face não se esconde, não se intimida, mas enfrenta o outro com tranqüilidade e segurança.
Quem dá a outra face não tem medo do agressor, pois não se sente agredido por ele, e nem tem medo de sua própria emoção, pois não é escravo dela. Além disso, nada perturba tanto uma pessoa agressiva do que dar a outra face, do que não revidar sua agressividade com agressividade. Dar a outra face incomoda tanto que é capaz de gerar insônia nela. Nada incomoda tanto uma pessoa agressiva do que ter atitudes complacentes com ela.
Dar a outra face é respeitar o outro, é procurar compreender os fundamentos da sua agressividade, é não usar a violência contra a violência, é não se sentir agredido diante das ofensas que lhe desferem. Somente uma pessoa que é livre, segura e que não gravita em torno do que os outros pensam e falam de si é capaz de agir com tanta serenidade.
A psicologia do “dar a outra face” protege emocionalmente a pessoa agredida e, ao mesmo tempo, provoca a inteligência das pessoas violentas, estimulando-as a pensar e reciclar a própria violência. Cristo era uma pessoa audaciosa, corajosa, que enfrentava sem medo as maiores dificuldades da vida. Era totalmente contra qualquer tipo de violência. Todavia, ele não discursava sobre a prática da passividade. A humildade que proclamava não era fruto do medo, da submissão passiva, mas da maturidade da personalidade, confeccionada por intermédio de uma emoção segura e serena. Cristo, através do discurso de dar a outra face, queria proteger a pessoa agredida, fazê-la transcender a agressividade imposta pelo outro e, ao mesmo tempo, educar o agressor, levá-lo a perceber que a sua agressividade é um sinal de fragilidade. Nunca o agressor foi combatido de maneira tão intensa e tão elegante!
Na proposta de Cristo, o agressor passa a revisar a sua história e a compreender que ele se esconde atrás de sua violência.
A energia emocional não é estática, mas dinâmica. Ela se organiza, se desorganiza e se reorganiza num fluxo vital contínuo e ininterrupto. Nossa capacidade de amar é limitada. Amamos com um amor condicional e sem estabilidade. As frustrações, as dores da existência, as preocupações cotidianas sufocam os lampejos de amor que possuímos. Portanto, o segredo do limitado amor humano nem sempre está em conquistá-lo, mas em cultivá-lo.

Fonte:
o próprio livro: Análise da Inteligência de Cristo - O Mestre dos Mestres, Augusto Cury.
https://pt.wikipedia.org/wiki/An%C3%A1lise_da_Intelig%C3%AAncia_de_Cristo

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