sábado, 28 de maio de 2016

Complexo de Jocasta

João Velho (Édipo) e Letícia Spiller (Jocasta)
Jocasta foi a mãe de Édipo (ler último post sobre o Complexo de Édipo), posteriormente sua esposa e mãe de suas 4 filhas.
O termo Complexo de Jocasta foi proposto por Raymond de Saussure quase 100 anos atrás. Ele designa a ligação afetiva deturpada que algumas mães sentem por seus filhos. Uma forma de amor que pode variar desde a superproteção com características simbióticas até fixações sexuais em relação ao filho.
É mais comum encontrarmos a variação do complexo de Jocasta naquela mãe que parece que não quer que seu filho cresça – pois significa que ele se afastaria dela. Que seja sempre “SEU bebê”.
Tudo bem, entendo que quase sempre ao mesmo tempo em que os pais ficam contentes por verem o desenvolvimento de seus filhos eles podem sentir aquela tristezinha de vê-los ficando independentes… isso não é sinônimo de  complexo de Jocasta. O problema ocorre quando os pais não enxergam (negação) que os filhos devem ter  outros papéis na vida  para que sejam felizes.
É aquela mãe que não aceita nenhuma das namoradas que o filho escolhe…  Como se o filho ainda fosse dependente e não soubesse fazer escolhas. Ela é quem sabe.
É aquela mãe superprotetora que vê o filho já grande cometendo atrocidades e ela ainda assim o protege… como se ele fosse incapaz de ser responsabilizado.
É a mãe que o superprotege fazendo tudo por esse filho – desde sua comidinha favorita até se matando para agradá-lo em suas necessidades mais caras e extravagantes. Como se ele próprio não pudesse trabalhar ou fazer sacrifícios para realizá-la. E o que vem fácil geralmente não tem valor.
A consequência desse tipo de comportamento é um adulto infantilizado e narcisista que não consegue assumir compromissos na vida. Espera ser servido. Não tem limites e pode manipular os outros em seu próprio benefício por considerar-se muito especial. Sim, pois ele sempre esteve neste lugar, neste pedestal. E a vida real – e os relacionamentos com as mulheres reais – fica muito difícil de ser levado já que o lugar junto a mãe é muito mais sedutor.
Vou dar um exemplo que pode facilitar o entendimento do que é o complexo de Jocasta:
Conheço uma senhora que tem 4 filhos adultos (entre 30 e 40 anos) e nenhum deles se casou. Ninguém prestava para estar com seus filhos. E essa sogra se envolvia tanto nos relacionamentos de seus filhos que as pretendentes não aguentavam e iam embora. Era uma eterna briga entre nora e sogra. Dois desses filhos ainda moram com a mãe.
Essa senhora tem um neto de 8 anos – fruto de um relacionamento falido de um de seus filhos . Esse neto gosta muito da avó que sempre o enche de presentes, guloseimas e chupeta(!). Presentes caros, guloseimas calóricas e chupeta de bebê. Ele é criado pela mãe e sempre quer ir na casa da avó. Na casa da mãe as guloseimas são reguladas, a chupeta já foi tirada – com muito sacrifício – e tem brinquedos sim. As vezes ganha um mais simples no dia a dia, mas presentes caros são reservados para o natal, aniversário e dia das crianças. Como deveria ser.
Essa mãe tem dificuldade para lidar com a sogra pois o nível de sedução por parte da última é muito grande. E é problemático na medida em que as consequências desse comportamento sedutor não estão sendo avaliadas por essa avó. Ela não colabora para que esse neto se desenvolva para a vida real. E aí ficará muito dificil sobreviver e relacionar-se com pessoas reais.  Sua preocupação é que ele seja seu. É um amor onde o outro é visto como uma propriedade.
Agora imaginemos uma situação aonde uma mulher consiga se casar com um homem que seja filho de uma Jocasta dos tempos modernos. Esse homem estará ligado primeiramente à mãe. Sua esposa não tendo o marido consigo possivelmente fará essa ligação com os filhos, repetindo a história.
Uma mulher que não tem o marido para si ainda pode ter vida própria e não ver nos filhos toda a responsabilidade por sua realização.
Quando os pais são felizes e exercem outros papéis (profissional, social, sexual, etc.) os filhos ganham esses mesmos direitos e a educação não será sinônimo de dívida e sedução e sim de amor, preparação para a vida e apoio.
É a velha e sábia história que diz que os filhos devem ser criados para o mundo…

Fonte:
http://www.terapiaemdia.com.br/?p=272

sábado, 21 de maio de 2016

Complexo de Édipo

Complexo de Édipo é um dos conceitos fundamentais de Freud, na Psicanálise. Este conceito refere-se a uma fase no desenvolvimento infantil em que existe uma “disputa” entre a criança e o progenitor do mesmo sexo pelo amor do progenitor do sexo oposto.
Complexo de Édipo foi introduzido por Freud na Psicanálise. Ele baseou-se numa tragédia da mitologia grega de Sófocles (Século V a. C.). Na tragédia grega, Laio e Jocasta tiveram um filho, Édipo. Este mata o pai para ficar com a mãe, terminando com o suicídio de Jocasta e a automutilação de Édipo.
O Complexo de Édipo é fundamental e essencial no desenvolvimento infantil. Esta é dada como Universal, isto é, comum a todos os seres humanos, apesar de existirem alguns estudos que questionam essa universalidade.
O Complexo de Édipo, caracteriza a separação entre a criança e os progenitores, que até ao momento isso não se verificava. Por outras palavras:
Quando a criança nasce, esta está completamente ligada aos pais, pela satisfação das necessidades, cuidados, etc. A criança está completamente dependente dos pais, numa relação fusional, visto que a criança não existe sozinha e separada dos pais. Os pais garantem a satisfação das suas necessidades e a total proteção do meio.
A criança cresce assim numa relação triangular (filho, pai e mãe), crescendo com a ideia que os pais, fazem parte de si (devido a extrema dependência). Vendo-os como um mecanismo “seu” para satisfazer as suas necessidades. O Complexo de Édipo vem então, “frustrar” a criança, marcando a separação entre ela e os pais (acontecendo por volta dos 3 até aos 6 anos de idade), neste momento a criança começa a perceber que não é o centro do mundo, que o amor não é unicamente para si e que os pais não a podem proteger completamente do mundo.
Percebendo que o pai e a mãe possuem uma relação, e não partilham consigo, pelo contrário, diminuem o amor e proteção face ao início (o que é normal). A criança responsabiliza internamente o progenitor do mesmo sexo pela separação, ambicionando o amor e proteção total como tinha no início pelo progenitor do sexo oposto.
Assim, nesta fase, a criança dirige sentimentos hostis em relação progenitor do mesmo sexo ou a qualquer outra coisa que desvie o amor e atenção do progenitor do sexo oposto. Porém, ao mesmo tempo que o menino é hostil para o pai porque lhe tira o amor da mãe, o menino ambiciona ser como o pai, identificando-se com o mesmo, visto que este conseguiu ter o amor da mãe.
Porém, atualmente verifica-se muitos casos que “dificultam” o Complexo de Édipo, isto é, no caso na inexistência física (divorciado, separado, viúvo, etc.) ou psicológica (negligente, submisso, etc.) do progenitor e no caso de não se impor limites/ barreiras entre mãe e filho, por diversas razões.
Freud afirma que quando o Complexo de Édipo fica “mal resolvido” podem existir várias consequências, tais como: a identificação com o progenitor do sexo oposto (homossexualidade, comportamento submisso, dependência excessiva ao sexo feminino, etc.), já que o menino sem pai, vai querer ser como a mãe. No extremo oposto, temos o menino que teve uma mãe (embora possa o pai estar presente)  incapaz de se “separar” e de se impor limites a si e seu filho, passa a opressora e controladora, massacrando-o psicologicamente. O menino vai então replicar e generalizar a todas as mulheres o que vivenciou com a mãe. Assim, não vai conseguir amar as mulheres, curiosamente Freud afirma que pode tornar-se também homossexual, não por querer ser como uma mulher, mas por não conseguir ama-la, mostrando pouco interesse e desprezando o sexo oposto.
Por curiosidade, nas biografias de serial killers, encontram-se frequentemente Complexos de Étipos mal resolvidos (progenitores inexistentes, submissos, etc.).

Fonte:
http://www.psicologiafree.com/areas-da-psicologia/psicologia_clinica/afinal-o-que-e-o-complexo-de-edipo/

sábado, 14 de maio de 2016

Mães e filhas: o vínculo que cura, o vínculo que fere

Cada filha leva consigo a sua mãe. É um vínculo eterno do qual nunca poderemos nos desligar. Porque, se algo deve ficar claro, é que sempre teremos algo de nossa mãe.
Para termos saúde e sermos felizes, cada uma de nós deve conhecer de que maneira nossa mãe influenciou nossa história e como continua influenciando. Ela é a que, antes de nascermos, ofereceu nossa primeira experiência de carinho e de sustento. E é através dela que compreendemos o que é ser mulher e como podemos cuidar ou descuidar do nosso corpo.
Nossas células se dividiram e se desenvolveram ao ritmo das batidas do coração; nossa pele, nosso cabelo, coração, pulmões e ossos foram alimentados pelo sangue, sangue que estava cheio de substâncias neuroquímicas formadas como resposta a seus pensamentos, crenças e emoções. Quando sentia medo, ansiedade, nervosismo, ou se sentia muito aborrecida pela gravidez, nosso corpo se inteirou disso; quando se sentia segura, feliz e satisfeita, também notamos.
– Christiane Northrup –
O legado que herdamos de nossas mães
“A maior herança de uma mãe para uma filha é ter se curado como mulher”
– Christiane Northrup –
Qualquer mulher, seja ou não seja mãe, leva consigo as consequências da relação que teve com sua progenitora. Se ela transmitiu mensagens positivas sobre seu corpo feminino e sobre a maneira como devemos trabalhá-lo e cuidá-lo, seus ensinamentos sempre irão fazer parte de um guia para a saúde física e emocional.
No entanto, a influência de uma mãe também pode ser problemática quando o papel exercido for tóxico, devido a uma atitude negligenciada, ciumenta, chantagista ou controladora.
Quando conseguimos compreender os efeitos que a criação teve sobre nós, começamos a compreender a nós mesmas, a nos curarmos, e a sermos capazes de assimilar o que pensamos de nosso corpo ou a explorar o que consideramos possível conseguir na vida.
A atenção materna, um nutriente essencial para toda a vida
Quando uma câmera de TV filma alguém do público em algum evento esportivo ou qualquer outro acontecimento… O que as pessoas costumam gritar? “Oi, mãe!”
Quase todos nós temos a necessidade de sermos vistos por nossas mães, buscamos sua aprovação. Na origem, esta dependência obedece às questões biológicas, pois precisamos delas para subexistir durante muitos anos; no entanto, a necessidade de afeto e de aprovação é forjada desde o primeiro minuto, desde que olhamos nossa mãe para sabermos se estamos fazendo algo certo ou se somos merecedores de uma carícia.
Assim como indica Northrup, o vínculo mãe-filha está estrategicamente desenhado para ser uma das relações mais positivas, compreensivas e íntimas que teremos na vida. No entanto, isso nem sempre acontece assim…
Com o passar dos anos, esta necessidade de aprovação pode se tornar patológica, gerando obrigações emocionais que propiciam que nossa mãe tenha o poder sobre nosso bem-estar durante quase toda a nossa vida.
O fato de que nossa mãe nos reconheça e nos aceite é uma sede que temos que saciar, mesmo que tenhamos que sofrer para conseguir isso.  Isso supõe uma perda de independência e de liberdade que nos apaga e nos transforma.
Como começar a crescer como mulher e filha?
Não podemos escapar desse vínculo, pois seja ou não saudável, sempre estará ali para observar nosso futuro.
A decisão de crescer implica limpar as feridas emocionais ou qualquer questão que não tenha sido resolvida na primeira metade de nossa vida. Esta transição não é uma tarefa fácil, pois primeiro temos que detectar quais são as partes da relação materna que requerem solução e cicatrização.
Disso depende nosso senso de valor presente e futuro. Isso acontece porque sempre há uma parte de nós que pensa que devemos nos dar em excesso para a nossa família ou para o nosso parceiro para sermos merecedoras de amor.
A maternidade e, inclusive, o amor de mulher continuam sendo sinônimos culturais na mente coletiva. Isso supõe que nossas necessidades sejam sempre relegadas ao cumprimento ou não das dos demais. Como consequência, não nos dedicamos a cultivar nossa mente de mulher, senão a moldá-la ao gosto da sociedade na qual vivemos.
As expectativas do mundo sobre nós podem ser muito cruéis. De fato, eu diria que constituem um verdadeiro veneno que nos obriga a esquecer nossa individualidade.
Estas são as razões que fazem tão necessária a ruptura da cadeia de dor e cicatrização íntegra de nossos vínculos, ou as lembranças que temos deles. Devemos estar cientes de que estes vínculos se tornaram espirituais há muito tempo e, portanto, cabe a nós fazermos as pazes com eles.

Fonte: 
http://amenteemaravilhosa.com/maes-filhas-vinculo-cura-vinculo-fere/

sábado, 7 de maio de 2016

Eu vos declaro: Marido e... família!

Obs: como sou mulher e a maior parte do meu público é mulher... vou falar pra gente, mas adianto que a contrapartida é igualmente verdadeira. 

Ninguém avalia ou analisa a família do parceiro até surgirem os problemas. E esses aparecem e não cansam de aparecer, principalmente quando a interferência dos demais familiares se torna rotineira e carrega uma importância indevida por uma das partes. Não que se deva analisar a família, afinal encontrar o cônjuge já é bom o bastante, o que vier a mais é lucro. O relacionamento vai bem, tudo compensa para manter-se bem e feliz, mas melhorar nunca é demais e aparar certas arestas só facilitará as coisas. Existem algumas atitudes que é possível tomar para fortalecer o relacionamento (que deve ser entre duas pessoas e nenhuma a mais) sem ofender ou atrapalhar as demais relações, mantendo-se sempre a paz e a harmonia com o restante da família, todos precisamos dessas relações, assim como ninguém é feliz sozinho, os casais também não se bastam.
Relacionamento é como viajar por um país estrangeiro e desconhecido - é preciso entender os novos costumes, a nova língua e valores diferentes. Mas, como se já não bastassem você e ele para armar a saborosa desordem no exercício da comunicação, ainda existem aqueles parentes do parceiro que grudam como chiclete e insistem em fazer parte da nova família. No começo, você aceita e acha graça, até sentir a pedra no sapato. Eles começam a meter o nariz onde não são chamados, ou, ainda mais abusados, fazem questão de distribuir alfinetadas. Sabe aquela velha história de que quem casa também leva a família do amado de brinde? É por aí mesmo, mas, convenhamos, tudo tem limite. Ainda mais quando o que está em pauta é o seu relacionamento.
Fogo cruzado
Família, diferenças culturais, sociais, de interesses e outras tantas que a gente percebe só pela convivência figuram como grandes motivos que levam ao fim de uma relação, ainda mais se o casal se deixar levar pela falsa crença de que "quando casar, sara". Não é bem assim. Diferenças existem e vão continuar existindo, não se iluda achando que conseguirá transformar seu marido em outra pessoa e fazê-lo ser mais ambicioso, ou simplesmente recolher as cuecas do chão, tirar a toalha molhada da cama ou ajudar nas tarefas de casa de um dia para o outro. E, se necessário for, a família certamente colocará lenha na fogueira, porque vai defender os valores, hábitos e costumes próprios - e não os seus.
"As pessoas que esperam uma companhia perfeita e ideal se frustram ao se depararem com uma ‘pessoa real', porque as diferenças sempre existem e elas costumam ser vistas como falhas", explica a psicóloga Karen Camargo. A psicóloga e psicoterapeuta Olga Inês Tessari vai ainda mais fundo ao comentar sobre o assunto: "Os opostos se atraem, mas dificilmente ficam juntos". Segundo ela, as diferenças podem gerar conflitos, mágoas e até raiva se não forem bem administradas. Do contrário, podem até se tornarem um delicioso tempero na relação.
Portanto, se você não colocar as diferenças na balança e pesar seus prós e contras, é possível que você acabe se decepcionando.
1. Imponha limites - Caso seu esposo ou esposa priorize as vontades e opiniões dos demais familiares colocando as suas em segundo plano, procure entender, não exigir. Tente descobrir as razões, explique como se sente e demonstre que na sua vida ele vem primeiro e que gostaria que fosse recíproco. Mostre com atitudes a importância de serem primeiramente um casal, para então juntos serem filhos, cunhados, irmãos, primos e afins.

Quem casa quer casa
Nada mais verdadeiro do que essa pílula da sabedoria popular - "quem casa, quer casa". Não é que a família não seja importante e deva ser esquecida pelos pombinhos. A psicóloga Karen Camargo explica que ela é, sim, essencial, porque é um núcleo de afeto, compreensão, amor e compartilhamento. Mas, quando se está formando uma nova família, cabe manter uma distância segura e saudável da anterior, porque proximidade demais atrapalha a nova trajetória a ser seguida pelo casal e as novas regras que serão estabelecidas.
Para a socióloga Mirian Goldenberg, o problema é que, na nossa cultura, o cordão umbilical demora muito tempo para ser rompido - e às vezes nunca é. "Aqui no Brasil, a família é colocada num patamar quase que divino. Ela é o paraíso, o porto-seguro, e praticamente dona do indivíduo", analisa Mirian. Sendo assim, somos culturalmente acostumados a casar com os parentes do parceiro. E, se existe sogra jararaca, é porque assim permitimos, damos "intimidade" para a interferência indesejada.
2. Morando perto e agora? - Morando juntos ou próximos dos parentes, para muitos casais é sinal de problema. Pode até ser, mas os problemas podem surgir de perto ou de longe e afetar a vida conjugal na medida em que vocês permitirem. Alguns casais passam a ter conflitos quando, por alguma razão os pais vêm morar com eles. Cuidar de um idoso, ter uma ou duas pessoas a mais na casa, mais alguém para opinar na decoração e no cardápio não é nada atrativo. Mas pode ser mais útil e mais interessante do que o medo lhe deixa perceber. Longe ou perto demais da família os casais precisam distanciar-se um pouco, impor um limite para manter a relação e deixar claro para todos que se importam um com o outro, que gostam de estar juntos e valorizam os momentos de privacidade, seja saindo para jantar ou assistir a um filme sozinhos em casa. Até na hora de curtirem-se morar perto pode ajudar mais do que atrapalhar.
3. Mas a família é grande demais! - E todo mundo quer se meter. Colocar um aviso na porta escrito "em vida de marido e mulher ninguém mete a colher" pode resolver, mas criará um novo desconforto, então seja mais delicado e compreenda que todos fazem por amor ou por desejar o melhor. Vocês podem ouvir todos os conselhos, mas não precisam dar ouvidos. Ponderem, discutam, reflitam sobre o que se pode aproveitar e não deixem que a palavra final na relação venha de nenhum terceiro, mesmo que seja o papai ou a mamãe. Lembre-se que quanto maior a família maiores são os conflitos, maiores os problemas, mais crianças, mais bagunças e... Mais experiências, mais crescimento e mais pessoas para dividir suas dificuldades também.

Só você e ele
A solução contra os parentes intrometidos não é gritar, espernear, se trancafiar numa masmorra com o marido ou arrumar as malas e sair de casa. O mais importante é fazer com que te respeitem e não é se descabelando, saindo do controle, que você vai conseguir isso. Os limites podem ser colocados de forma muito suave, mas firme. Se você não gosta que a sogra ligue para a sua casa domingo às 8h da manhã, converse primeiro com o seu marido e depois estabeleçam os limites de forma educada e afetiva.
Atenção: limites e não exclusão. Jogar o marido contra a própria família e torná-la uma rival não irá resolver nada, sem contar que o feitiço pode acabar virando contra a feiticeira - vai que ele escolhe ficar do lado da família? "O ideal é estar próxima aos parentes, mantendo os limites de ambas as partes. Esse é justamente o grande desafio dos casais recém-casados, o de colocar freios de uma maneira educada e ponderada, sem agressões", ressalta Karen Camargo. E com tolerância!
Além do mais, leve em consideração que a família dele não está sempre errada em todas as atitudes e colocações. Vez ou outra pode ser essencial você ouvir o que ela tem a dizer. Afinal, foi com ela que o seu marido passou a maior parte da vida até agora. Nada impede, também, que você recorra à família dele em busca de orientação naqueles dias em que nem muito chamego parece dar jeito no clima tenso entre vocês. "Isso ajuda até a fortalecer os vínculos", garante a psicóloga Olga Tessari.
Ressalte-se que é praticamente impossível para alguém se desligar totalmente de sua família de origem, por piores que sejam. Imagine, por exemplo, um de seus filhos depois de adulto se casar mas você não se dá bem com sua nora, por qualquer razão. Aí ela exige que seu filho não tenha mais contato com você. Você jamais aceitaria isso, e essa exigência colocaria um estresse muito grande na relação. Seu filho ficaria dividido entre agradar a mãe e a esposa, e nunca conseguiria fazer os dois.
É o que acontece com muitos maridos. Ele não tem controle nem culpa das maldades deles. Sim, ele poderia e deveria ficar mais do seu lado quando você é atacada por eles. Nisso ele falha. Mas essa falha é comum em situações assim. O homem, especialmente, tem muita dificuldade de achar um equilíbrio nesse ponto. Mas você pode ajudá-lo a encontrar esse equilíbrio.
O que aconteceria se você mudasse a sua ótica da situação? E se você deixasse de ver isso como “ou eu ou eles” e passasse a ver como “meu marido não tem culpa da família que tem”?
Nós podemos escolher nossos amigos, mas não nossa família. Quando nos casamos, isso é um fato que deveríamos considerar bem. Cada um traz consigo a família que tem. E seu marido, infelizmente, tem a que tem. Mas não é ele digno de seus esforços? E seus filhos também?
O que recomendamos nessas situações é que o cônjuge maltratado pelos parentes (você) aja com diplomacia. Você não tem que cair de amores por eles, mas também não precisa fazer uma guerra fria. Você pode ser diplomática, cordial, educada, sem precisar paparicar a família dele. E principalmente, você tem que parar de criticá-los. Todas as vezes que você critica a família do seu marido, ele recebe isso como uma crítica a ele mesmo. Não funciona. (Ele obviamente não compartilha mais da família com você porque teme suas críticas.) Tudo isso você faria POR ELE, não pelos parentes dele. E em troca, você exigiria dele que lhe protegesse e tomasse o seu lado em casos de ataques.

4. Não sobra tempo - Trabalha-se muito, estuda-se muito, os cuidados com os filhos demandam tempo demais e o pouco que sobra sempre tem uma festinha de família ou um almoço na casa de alguém. Um casal precisa viver, manter-se como casal. Nem que seja sacrificando uma festa aqui ou um almoço ali, é importante reservar um tempo para desfrutarmos da companhia de quem escolhemos e amamos. Se não sobra tempo, tire de onde tem demais.
5. O filho é meu - Você planejou, gerou, criou e educou. Agora todos se sentem no direito de, no seu ponto de vista, estragar tudo o que você lutou para repassar ao seu filho. O filho é seu! Também. Ele é seu filho e do seu esposo. Mas é sobrinho, primo, neto, amigo, aluno, enfim, ele pertence a outras pessoas também. Porém, isso não o tira de você. Nem as influências que receberá destruirá tudo o que você construiu. A base que fundamentaram juntos, como casal, depois como casal com filhos, é tão sólida que resistirá ao que vier de fora de maneira que o que for contrário não terá a mesma importância. Uma vez compreendido pelo casal que o que realmente impera é a vontade de ambos, os filhos consequentemente valorizarão primeiro o que vem dos pais.
Acima de qualquer coisa a família é prioridade na vida de qualquer indivíduo, não tem como escolher entre o pai e o esposo, a mãe ou a esposa. O cônjuge precisa reconhecer essa impossibilidade e ser grato por isso. Por outro lado, os pais, irmãos, primos, cunhados e toda a parentela, precisam respeitar o limite do outro e sua individualidade matrimonial. Se cada um entender e cumprir seu papel a vida da grande família será harmoniosa e equilibrada, afinal somos dependentes e necessitamos uns dos outros para sermos felizes ou simplesmente existirmos. Por experiência própria sei da importância dessas relações, sei que estar próximo, mesmo que sofrendo uma interferência aqui outra ali, é mais válido do que se distanciar ou conflituar-se.
Uma família começa por um casal. Uma família divide-se para se formar um casal. A perda que seus pais ou sogros sofrem é confusa e difícil de lidar, mas com maturidade, compromisso, amor e amizade tudo vai se encaixando e fortalecendo-se uma família cada vez maior.
Amiga, tudo é negociável. Pense nos objetivos a longo prazo. Não houve traição nem outras coisas mais graves para justificar o fim do casamento. Não seja tão difícil, inflexível assim. Acredite: divorciar por isso não valerá a pena. E saiba que no final, se vocês divorciarem, o principal responsável não terá sido o seu marido nem a família dele, mas sim o seu coração endurecido. Você tem que quebrar as pedras do seu coração.
Pela dureza de seus corações é que o divórcio acontece. (Jesus, Mateus 19.8)

Fonte:
http://blogs.universal.org/renatocardoso/blog/2014/04/07/escolha-ou-eu-ou-seus-parentes/
http://www.bolsademulher.com/amor/pacote-completo
http://familia.com.br/8008/casamento/colocando-limites-na-familia-do-conjuge-para-preservar-sua-relacao