sábado, 29 de março de 2014

Mandalas: Faça você mesmo!

O que você precisa?
Papel
Lápis ou caneta
Tampa de um fraco, prato de torta ou outro objeto redondo
Lápis coloridos, lápis de cera, ou tinta

Instruções
  1. Separe uma hora quando você pode estar sozinho. Crie um ambiente sereno para se trabalhar. Acenda uma vela ou incenso e coloque para tocar um "New Age" calmante ou música clássica.
  2. Organize seus suprimentos e sente-se comportamento na sua cadeira.
  3. Acalme sua mente. Faça algumas respirações profundas. Respire amor e deixe ir embora a tensão, o medo, preocupação ou qualquer coisa que está lhe aborrecendo.
  4. Defina um propósito para a mandala. Pode ser amor e o que ele significa para você ou pode ser um medo que você quer superar, ou algo que você atrair na vida.
  5. Coloque o objeto redondo no papel e faça um círculo ao redor dele com a caneta ou lápis.
  6. Preencha o círculo com quaisquer formas e cores que você ache apropriada para o momento. Não há regras e nenhum erro nesse processo. Permita seu espírito interior a guiar você e não tente achar o sentido do desenho nesse ponto.
  7. Pare quando a mandala lhe disser para parar. Se você achar que não estar terminada, você pode colocá-la de lado e terminar outro dia. Date a mandala. Se você trabalhou nela por vários dias, anote cada dia que você trabalhou nela.
  8. Você pode colorir a mão com lápis de cor, giz de cera ou tintas e também criar texturas fazendo colagens com areia colorida, papéis, pedras ou outros materiais. Podem ser usadas para terapia ocupacional, doentes hospitalizados, trabalho pessoal ou diversão e ainda por crianças e adolescentes.
Utilize-as ainda como Moldes para trabalhos artesanais, como pintura em vidro, Madeira, Metal, Mdf e Painéis. Deixe a criatividade tomar conta de Você!



Coloque a mandala numa parede ou num lugar proeminente onde você irá ver regularmente. Olhe para ela por poucos minutos todo dia e a deixe se explicar para você. Anote seus pensamentos e observações nas margens próximas a mandala.

PS: mais dicas nesse link

sábado, 22 de março de 2014

Uso Terapêutico das Mandalas

Mandala: uma porta para a consciência em evolução
Presentes nas rosáceas dos suntuosos vitrais coloridos das milenárias catedrais europeias, nos misteriosos calendários maias, nos mais longínquos monastérios tibetanos onde servem de suporte à meditação, no yoguismo tântrico como instrumento de contemplação, as mandalas são também encontradas nas mais antigas inscrições e desenhos da humanidade. Em tudo, elas representam a totalidade do cosmos e o lugar que o homem ocupa nele. Parece que os nossos ancestrais de todos os tempos sabiam intuitivamente que a estrutura fundamental do universo é uma mandala. Basta que observemos a natureza para identificá-las sob todas as formas, tamanhos e coloridos. Intuitivamente, os nossos ancestrais sabiam que a estrutura fundamental do universo é uma mandala.
A palavra “MANDALA”, no velho sânscrito, significa “o centro”, “o círculo mágico”, “o mistério”. É geralmente descrita como uma figura geométrica representada por um círculo sobre um quadrado ou vice-versa, mas pode ser também construída ou desenhada em forma de um círculo, um quadrado ou um retângulo, subdividido por quatro ou múltiplos de quatro, de maneira mais ou menos regular, incluindo-se ou não outras formas. Sua característica mais importante é que seu traçado é feito em torno de um centro, geralmente obedecendo a eixos de simetria e pontos cardeais. Entretanto, seu contorno exterior não é forçosamente circular, mas dá a ideia de irradiar-se de um centro ou mover-se em direção a ele. Por isto, quando uma pessoa observa uma mandala tem a sensação de que ela se move e pulsa.

Um caminho em direção ao centro
Na Psicologia Moderna, o célebre psicólogo C. G. Jung, criador da Psicologia Analítica, ao estudar as mandalas orientais e sua utilização como instrumento de culto e de meditação, passou a desenhá-las, descobrindo o efeito de cura que elas exerciam sobre ele mesmo.
Após anos de pesquisa e aprofundamento no conhecimento do psiquismo humano, ele passou a utilizar a construção de mandalas como método psicoterapêutico. Seus estudos o levaram a defini-la como um círculo mágico que representa simbolicamente o Eu ou Self – arquétipo da Unidade Interior.
Na Psicologia Analítica, a mandala é um círculo mágico que representa a Unidade Interior. Investigando o uso das mandalas nas tradições budistas, Jung descobriu que os conteúdos das mandalas tibetanas derivam dos dogmas lamaicos. Na doutrina dos lamas ou lamaismo, elas não têm significado particular porque são apenas representações exteriores. Para os lamas, a verdadeira mandala é sempre “uma imagem interior gradualmente construída pela imaginação ativa nos momentos em que o equilíbrio psíquico está perturbado, ou quando um pensamento não pode ser encontrado e deve ser procurado porque não está contido na doutrina sagrada”. Como são de grande importância enquanto instrumento de culto, as mandalas tibetanas geralmente contém, em seu centro, uma figura do mais alto valor religioso como, por exemplo, Shiva ou Budha.
Entretanto, como instrumento terapêutico, a mandala é utilizada, desde os tempos primitivos, pelos xamãs indígenas da América e aborígenes da Austrália que, ainda nos tempos atuais, as gravam e desenham em areia colorida. Também, místicos ocidentais e orientais de quase todas as culturas, ao longo de toda a história da humanidade, já utilizavam mandalas como “um caminho para reencontrar seu próprio centro”.

 Mandalas Cósmicas
Existem, portanto, três tipos de mandalas: as de culto, as de meditação e as terapêuticas. Elas se diferenciam em função do seu uso e finalidade, mas também segundo o estado de consciência do indivíduo no momento da sua criação, isto é, estado de culto, de meditação, de cura terapêutica e de expansão da consciência, como instrumento de autoconhecimento e transformação interior.
Entretanto, em nossas pesquisas com técnicas de Expansão de Consciência, identificamos o que Gilles Guattari denominou “mandala cósmica” – uma reprodução da dimensão cósmica da consciência da criação. As mais conhecidas “mandalas cósmicas” do mundo são criadas pelo francês Stefan Nowak.
A criação de uma “mandala cósmica” só ocorre num estado especial de consciência, chamado “estado visionário”, em que a pessoa se torna canal da consciência universal – que Jung chama de “arquétipo”, isto é, representação, no psiquismo individual, da parte herdada da psique coletiva. Esse chamado “estado visionário”* pode ser alcançado através da “consciência expandida”, mas a sua manifestação prática exige um intenso trabalho interior de autoconhecimento e descoberta dos próprios potenciais de realização exterior.
No “estado visionário”, a consciência cotidiana do indivíduo se expande e, holograficamente, capta a dimensão cósmica da consciência da criação. Por isso, geralmente as “mandalas cósmicas” parecem explosões de luz.

A mandala cósmica é uma representação da dimensão cósmica da consciência da criação.
Algumas pessoas procuram envolver a construção de uma “mandala cósmica” numa auréola mística, como se a pessoa que a produz fosse tomada por uma “energia especial” que dirige sua mão, independentemente da participação de sua mente, do seu ego, do seu psiquismo. Entretanto, como estamos vivendo a era do conhecimento, é preciso desmistificar, pois o estado de consciência expandida pode ser alcançado por qualquer pessoa que o queira.
A elaboração de uma “mandala cósmica”, isto é, no seu processo de criação, a pessoa, além do estudo e experimentação das cores, utiliza também instrumentos de medida, como compasso, régua e etc. E é exatamente por isso que ela é capaz de transformar a sua “visão cósmica”, captada num determinado instante do tempo, em uma obra de arte única, inédita e extraordinariamente perfeita. Esse tipo de mandala representa a ordem e a harmonia existentes no universo e durante o seu trabalho o psiquismo da pessoa se reestrutura internamente, unificando-se na dualidade. Isto significa simplesmente que a construção de uma “mandala cósmica” nos ajuda a liberar as nossas forças interiores de auto cura, pois esse processo é capaz de desencadear em nós a ordem e a harmonia no lugar do caos.

Um novo e significativo todo
Portanto, além de possibilitar o autoconhecimento e a conquista da unidade interior/exterior, reconciliando e integrando os opostos, o trabalho com mandalas traz, também, como consequência, uma vida simbólica mais intuitiva, mais criativa e individualmente mais livre, pois ajuda a pessoa a entrar em sintonia com seu potencial interior, aceitando e enriquecendo seu imaginário.
Para se realizar uma mandala é preciso aprender a perceber a ideia que vem de dentro e integrá-la à percepção exterior, tornando-a visível através de uma representação gráfica construída intuitivamente ou desenhada com instrumentos. O foco da atividade é a auto expressão do inconsciente, quando a pessoa reúne diversos elementos de suas experiências pessoais. O resultado final é um novo e significativo todo.
Ao construir uma mandala, a pessoa expressa a sua criatividade, reinventando-se e reconstruindo-se na direção de um novo e significativo todo.
Sendo representação exterior de imagens do mundo interior que obedece a uma dinâmica de reestruturação constante, as mandalas são sempre “individualmente diferentes” e nenhuma se parece com outra, sendo impossível reproduzi-las, mesmo pelo seu próprio autor. Isto porque, ao construir uma mandala, a pessoa vivencia sua criatividade, expressa-se através dos seus próprios meios, construindo os próprios códigos, reinventando o que já existe e criando novos caminhos, pois a auto expressão é também um caminho de construção e reconstrução do sujeito.

Portanto, seja qual for a técnica utilizada em sua construção – individual ou em grupo, seja qual for seu uso ou finalidade – estudo, meditação, autoconhecimento, todo trabalho com mandalas contribui para a harmonia e o equilíbrio da consciência em evolução.

Fonte: http://www.anjodeluz.com.br/mandala.htm

sábado, 15 de março de 2014

A Águia e o Pardal


O sol anunciava o final de mais um dia e lá, entre as árvores, estava Andala, um pardal que não se cansava de observar Yan, a grande águia. Seu vôo preciso, perfeito, enchia seus olhos de admiração. Sentia vontade em voar como a águia, mas não sabia como o fazer. Sentia vontade em ser forte como a águia, mas não conseguia assim ser. Todavia, não cansava de segui-la por entre as árvores só para vislumbrar tamanha beleza... Um dia estava a voar por entre a mata a observar o vôo de Yan, e de repente a águia sumiu da sua visão. Voou mais rápido para reencontrá-la, mas a águia havia desaparecido. Foi quando levou um enorme susto: deparou de uma forma muito repentina com a grande águia a sua frente. Tentou conter o seu vôo, mas foi impossível, acabou batendo de frente com o belo pássaro. Caiu desnorteado no chão e quando voltou a si, pode ver aquele pássaro imenso bem ao seu lado observando-o. Sentiu um calafrio no peito, suas asas ficaram arrepiadas e pôs-se em posição de luta. A águia em sua quietude apenas o olhava calma e mansamente, e com uma expressão séria, perguntou-lhe:
- Por que estás a me vigiar, Andala?
- Quero ser uma águia como tu, Yan. Mas, meu vôo é baixo, pois minhas asas são curtas e vislumbro pouco por não conseguir ultrapassar meus limites.
- E como te sentes amigo sem poder desfrutar, usufruir de tudo aquilo que está além do que podes alcançar com tuas pequenas asas?
- Sinto tristeza. Uma profunda tristeza. A vontade é muito grande de realizar este sonho...

O pardal suspirou olhando para o chão... E disse:
- Todos os dias acordo muito cedo para vê-la voar e caçar. És tão única, tão bela. Passo o dia a observar-te.
- E não voas? Ficas o tempo inteiro a me observar? Indagou Yan.
- Sim. A grande verdade é que gostaria de voar como tu voas... Mas as tuas alturas são demasiadas para mim e creio não ter forças para suportar os mesmos ventos que, com graça e experiência, tu cortas harmoniosamente...
- Andala, bem sabes que a natureza de cada um de nós é diferente, e isto não quer dizer que nunca poderás voar como uma águia. Sê firme em teu propósito e deixa que a águia que vive em ti possa dar rumos diferentes aos teus instintos. Se abrires apenas uma fresta para que esta águia que está em ti possa te guiar, esta dar-te-á a possibilidade de vires a voar tão alto como eu. Acredita!

E assim, a águia preparou-se para levantar vôo, mas voltou-se novamente ao pequeno pássaro que a ouvia atentamente:
- Andala, apenas mais uma coisa: Não poderás voar como uma águia, se não treinares incansavelmente por todos os dias. O treino é o que dá conhecimento, fortalecimento e compreensão para que possas dar realidade aos teus sonhos. Se não pões em prática a tua vontade, teu sonho sempre será apenas um sonho. Esta realidade é apenas para aqueles que não temem quebrar limites, crenças, conhecendo o que deve ser realmente conhecido. É para aqueles que acreditam serem livres, e quando trazes a liberdade em teu coração poderás adquirir as formas que desejares, pois já não estarás apegado a nenhuma delas, serás livre! Um pardal poderá, sempre, transformar-se numa águia, se esta for sua vontade. Confia em ti e voa, entrega tuas asas aos ventos e aprende o equilíbrio com eles. Tudo é possível para aqueles que compreenderam que são seres livres, basta apenas acreditar, basta apenas confiar na tua capacidade em aprender e ser feliz com tua escolha!


sábado, 8 de março de 2014

Uso Terapêutico da Dança do Ventre

Registros rupestres (pinturas em cavernas) demonstram o homem caçando e lutando, com o passar do tempo, as pinturas passaram a apresentar o que poderia ser chamado de ‘dança’ e aí o homem deixou de desenhar nas paredes para desenhar em seu próprio corpo, contando suas histórias e feitos.
Acredita-se que, a dança provavelmente foi à primeira forma de expressão artística criada pelo homem, a fim de imitar os animais, vegetais e os elementos. Ela é a arte mais antiga praticada pelo homem, antes mesmo dele polir a pedra.
A dança surgiu como forma de comunicar-se, num tempo no qual o homem ainda não articulava os sons da fala e então ele dançava, comunicava-se utilizando os gestos do próprio corpo numa mímica que de início tinha função “verbal” e posteriormente adquiriu significados ritualísticos, festivos e de cura.
A história da dança do ventre é tão antiga quanto a história do homem, ou melhor, da mulher. É a primeira dança feminina de que se tem registro.
Os movimentos de contração, ondulação e vibração foram desenvolvidos pelas mulheres em função de aliviar dores menstruais e preparar os músculos para a sustentação da gestação e o trabalho de parto, também como um culto à Grande Deusa (natureza) em prol da fertilidade - do ventre e da terra.
Através da música e da dança entramos em contato com a magia dos ritmos e dos movimentos corporais que nos dão a capacidade para harmonizarmos com estados superiores de nossa consciência.
Pensando no contexto atual, a Dança Oriental oferece um repertório maior de auxílio, pois a mesma possui um leque de movimentos que trabalham diversos grupos musculares, expressividade, elegância, presença em cena, musicalidade, deslocamentos e temáticas folclóricas, que permitem a mulher se transportar no tempo, nos lugares e ‘brincar’ com os trajes e acessórios de forma única.
Na Dança Oriental trabalha-se priorizando a região do ventre, região esta que somatiza as emoções inclusive as dores, raiva, medos e expectativas (quem nunca teve uma ‘dor de barriga’ por estar ansioso? Ou não sentiu um ‘friozinho’ na barriga ao ver aquele belo par de olhos azuis? E as úlceras, comprovadamente instaladas devido a processos de stress?) na medida em que se trabalham movimentos, estes repercutem no psíquico, mesmo que inconsciente. Talvez, essa seria uma das razões fundamentais para a melhora nos processos de baixa autoestima e melancolia, pois os movimentos “despertam” toda a estrutura corporal.
O trabalho da dança consiste em fazer movimentos, na sua grande maioria, em retroversão. São utilizados movimentos já conhecidos pela fisioterapia como correção de hiperlordose, como pôr exemplo, segundo Béziers (2002), os oitos de quadril implantados na cinesioterapia. O uso extenso de todos estes músculos na dança do ventre significa que todos estes músculos são utilizados harmoniosamente bem. A palavra harmonia usada neste contexto refere-se a quatro itens: coordenação, força, resistência e flexibilidade.
Onde a dança do ventre é realmente superior comparando a outras formas de exercício é o modo como todos os músculos, incluindo os mais profundos, são usados de um modo suave e repetitivo. Segundo Blandine Calais- Germain, (1992): “O aprendizado dos movimentos do quadril deve se tornar uma rotina. A bacia se equilibra permanentemente sobre os quadris, não por um encerramento em força dos músculos superficiais, mas pelo trabalho dos músculos profundos. Este trabalho é importante para o bom equilíbrio e bem estar da coluna vertebral.”
A prática de dança do ventre contribui para o desenvolvimento da resistência muscular localizada abdominal e para a flexibilidade da coluna lombar, e qual a intensidade desta contribuição se comparada a indivíduos que realizam realinhamento da coluna, reabilitação de quadril e a sedentários. É possível que a dança do ventre possa considerar-se uma atividade efetiva para o desenvolvimento destas funções. Os rolamentos e movimentos ondulatórios trabalham os músculos e articulações suavemente em uma grande quantidade de movimentos, e ao mesmo tempo, a massagem realizada pelos movimentos alivia as tensões.
A principal função do quadrante inferior consiste em movimentar e fornecer, simultaneamente, uma base estável a partir da qual os membros superiores possam atuar. Juntos, o tronco e os membros inferiores tem potencial para realizar movimentos multidimensionais com um gasto mínimo de energia. A harmonia neuro-musculoesquelética é importantíssima para o funcionamento ideal do complexo lombar, pélvico e do quadril (Lee, 2001).
Vista de uma forma terapêutica, a dança do ventre trabalha partes do corpo com movimentos especiais como o aprendizado da dissociação de membros, favorecendo uma conscientização maior para a praticante com relação ao seu lugar no espaço e com relação a si mesma, dando assim, um leque maior de movimentos gerais. Este leque permite então um auto ajuste corporal e um conhecimento específico com relação á dores quaisquer, pois além das práticas da própria dança, aprende-se alongamentos, aquecimentos, enfim, um conhecimento corporal realmente rico.
A dança do ventre se compõe de movimentos naturais que trabalham junto ao corpo da mulher e não contra ele. Estes movimentos exercitam e ativam de forma mais suave corpo feminino e suas funções.
Os movimentos rotativos e os movimentos de ondulação fazem trabalhar os músculos e as articulações em um amplo leque de formas e ao mesmo tempo massageia as zonas do corpo relacionadas, soltando e dissolvendo todas as tensões.

Por exemplo, no ritmo do taxim, um solo instrumental improvisa uma hipnótica melodia. A dançarina da dança do ventre responde a este chamado com movimentos circulares, ondulantes e suaves do seu torso, quadril, braços e cabeça. Este prazeroso movimento harmoniza o sistema nervoso central, enviando a energia vital e as substancia hormonais a traves de todo o corpo. A mente se torna relaxada e equilibrada.
Através dos movimentos, a dançarina se centra na sua resposta criativa à música. Isto lhe permite situar-se e viver o momento presente. E neste estar em transe podem se manifestar estados alterados da consciência que conduzem a bailarina da dança do ventre a experimentar uma sensação de frescor e uma recarga energética uma vez que tem concluído a sua dança.
Quando você se encontra num estado de estresse forte, você poderá apelar a determinados movimentos das chamadas danças Rituais do Zar, que poderão ser utilizadas para fazer com que estas sensações de negatividade sejam expulsas do seu corpo, propiciando, assim, um alivio da sobrecarga emocional que você experimentava. São utilizados os poderosos, fortes e rítmico tambor. O toque repetitivo do tambor faz com que a mente focalize a sua atenção  na música fazendo com que a energia dos movimentos e a vibração trabalhem juntos.
A dança do ventre é o caminho da cura aberto para todas aquelas mulheres que queiram percorrê-lo. Quando uma pessoa tem o corpo, a mente, as emoções e o espírito unidos, isto faz com que o estresse não se instale no corpo porque a conformação energética desta pessoa não dá ao estresse chance para se instalar.
A dança do ventre quando abordada do ponto de vista terapêutico rende culto e reverencia ao corpo tão qual Templo do Corpo que ele é. E isto se consegue da execução apropriada dos movimentas dos diversos grupos musculares que entram em interação com a música.
Através da resposta criativa da dançarina que harmoniza as suas emoções e desenvolve a habilidade de tranquilizar a sua mente para permitir que a inspiração flua sem nenhuma trava a partir do mais profundo espaço do seu Ser Interior.
Através do corpo, a dançarina da dança do ventre pode conhecer-se a si mesma, a sua essência  e a sua conexão com a vida. Ao dançar, a dançarina da dança do ventre aprende a mar seu corpo e isto a conduz a estabelecer uma  contato intimo com ela mesma  e com a vida que flui no seu interior.  
Uma das razões pelas quais a dança do ventre ajuda á mulher a se sentir melhor, é aceitação  e reconciliação com a parte feminina que se produz no intimo dela. Pois a dança do ventre, mas que outra forma de dança, capacita a mulher para se outorgar este  profundo sentido de respeito, confiança e reverencia  para com o seu corpo , e para com  a energia divina e criativa  que a converte num canal  para que a vida se manifeste . O certo é que esta nova forma que a mulher dispõe, através da dança do ventre, para se comunicar  com o seu corpo, lhe permite restaurar uma autentica relação com ele.
A dança do ventre é como um veículo que poderá transportar á dançarina, de forma criativa, se assim ela o desejar, a uma estância, que devido ao estresse cotidiano, geralmente não é acessível. Permite que a mulher se enfrente, cara a cara com o lado escuro do feminino que habita nelas e que tem sido relegado socialmente por imoral e destrutivo. Este processo de criação de si mesmo não é fácil, porém, um componente essencial para o crescimento de toda mulher. Este processo é a chave que abre as portas do íntimo da mulher, um espaço interior onde ela encontra coragem e tenacidade para confrontar os fantasmas que entristecem a alma feminina.

A dança do ventre permitira conhecer cada fronteira do corpo da dançarina, tão como os bloqueios mentais que se devem transmutar. E este será o autêntico material da criação da dançarina, que ao converter-se em um todo, vai dar a quem pratica a dança do ventre, uma consistência energética.
A dança do ventre coloca nas mãos da mulher um enorme poder transformador que lhe permite liberar do corpo as constrições necessárias para começar a construir com ele uma autêntica relação saudável. Com atenção, carinho e amor à si mesma e com a experiência da dança do ventre, a mulher é capaz de alcançar a plenitude e a unidade.

Fonte:

sábado, 1 de março de 2014

Águia X Galinha - James Aggrey


"Um fazendeiro encontrou na floresta um filhote de águia. Recolheu, levou e colocou no galinheiro, junto com as galinhas, e começou a alimentar com milho e ração de galinha. O filhote foi crescendo no meio das galinhas, adquirindo seus hábitos, ciscando a terra como se fosse galinha, embora a águia fosse o rei/ rainha de todos os pássaros.
Cinco anos depois, ela tinha o comportamento de galinha, vivia como galinha, comia como galinha, inclusive cacarejava como galinha.
Um dia um naturalista passou pela fazenda e observando o galinheiro, disse: Esse pássaro aí não é uma galinha, é uma águia.
De fato, disse o fazendeiro, ela nasceu águia, mas hoje é uma galinha. Foi criada como galinha, vive como galinha e se comporta como galinha. Tem os hábitos de uma galinha.
Não, retrucou o naturalista. Ela é e sempre será  uma águia, pois tem o coração de águia e ninguém pode contrariar a sua natureza. Esse coração a fará um dia voar às alturas. Eu vou provar a você que ela é uma águia.
Não, não, insistiu o fazendeiro. Não é possível. Ela virou galinha e jamais voará como águia.
Então decidiram fazer uma prova. O naturalista tomou a  águia, ergueu-a bem alto e desafiando-a, disse: Já que de fato você é uma águia, já que você pertence ao céu e não à terra, então abra suas asas e voe!
A águia viu as galinhas no chão, pulou para junto delas e voltou a ciscar os grãos.
O fazendeiro comentou: eu não falei que era uma galinha? Ela não é mais águia, ela virou uma simples galinha!
Mas o naturalista tornou a insistir: Não, ela tem no coração a natureza da águia. Vamos leva-la para cima de casa e você vai ver que ela vai se tornar águia novamente.
Ele a levou para o telhado da casa e sussurrou-lhe: Águia, abra suas asas e voe! Mas quando a águia viu lá em baixo as galinhas no chão, pulou e voltou a ciscar no meio delas.
O fazendeiro disse: Tá vendo só o que eu disse? Ela é e sempre será uma galinha.
Mas o naturalista não se conformou. Não, afirmou. Amanhã nós vamos lá no alto daquela montanha e você vai ver que ela não é uma galinha, é uma águia.
No dia seguinte, o naturalista e o camponês levantaram bem cedo. Pegaram a águia, levaram-na para fora da cidade, longe das casas dos homens, no alto de uma montanha. O sol nascente dourava os picos das montanhas.
O naturalista ergueu a águia para o alto e ordenou-lhe: Águia, já que você é  uma águia, já que você pertence  ao céu e não à terra, abra suas asas e voe!
A águia tremia feito vara verde, mas não voou. Então o naturalista segurou-a firmemente bem na direção do sol, para que seus olhos pudessem encher-se da claridade solar e da vastidão do horizonte.
Você é uma águia, voe! E a lançou contra o sol. Nesse momento a águia abriu as suas asas de quase três metros de envergadura, grasnou como as águias e ergueu-se soberana, sobre si mesma. E começou a voar, a voar para o alto, a voar cada vez para mais alto. Voou...voou... até confundir-se com o azul do firmamento."