sábado, 30 de abril de 2016

História das crises e algumas medidas

Todos nós sabemos dos grandes desafios e problemas do nosso país, e como eles afetaram a bolsa de valores nos últimos 6 anos. Estamos vivenciando neste momento o mais longo ciclo de queda da bolsa (em dólares) desde 1983.
Entretanto, o que a maioria das pessoas não sabe, é que neste momento as incertezas se tornam a semente de oportunidades espetaculares, daquelas que fazem com que as pessoas com discernimento tenham uma enorme chance de construir verdadeiras fortunas.
Estamos falando de um daqueles momentos na história que criam multi milionários e até Bilionários. Isso só parece loucura para quem não tem memória ou não viveu tempo suficiente para aprender o que isso significa. Vamos aos fatos:
  1. Após o ciclo de queda terminado em 83, a bolsa se valorizou impressionantes 1.573% em 2 anos e 8 meses.
  2. Em 1986, tivemos um novo ciclo de queda que durou 4 anos e 8 meses. Em seguida, a bolsa se valorizou inacreditáveis 3.415% em 6 anos e 5 meses.
  3. De 1997 até Outubro de 2002, tivemos mais um grande ciclo de queda, dessa vez de 5 anos e 3 meses. Logo nos anos seguintes, a bolsa subiu 2.051% em 5 anos e 7 meses.
  4. Perto de 2002, as pessoas que conseguiram escolher boas empresas, fizeram os ganhos acima parecerem pouco. Quem comprou R$ 20.000 de Lojas Americanas em 2002, hoje tem algo próximo de R$ 4 milhões de reais. Um ganho de 20.000%.

Isso não é imaginação, isso é história!
Não é divagação, é aprender com as lições do passado e utilizá-las de maneira inteligente para construir um futuro melhor. Uma habilidade que diferencia os humanos que estão aqui para fazer a diferença dos que aceitam fazer parte da multidão e do comum.
Neste momento, a bolsa já tem o mais longo ciclo de queda desde 1983. Estamos há 7 anos em queda.
Com este movimento, enquanto você lê este artigo, cerca de 100 empresas na bolsa estão valendo menos do que o seu valor patrimonial líquido, algo que nunca aconteceria em uma economia saudável e com grande confiança. Algumas delas chegam a valer menos de 20% do seu valor patrimonial.
Muitos podem querer dizer que "hoje o cenário é catastrófico e completamente diferente do que vivenciamos no passado". Entretanto, qualquer um com um pouco mais de cabelo branco sabe que isso é a mais pura balela.

A crise de 2002 e o segredo da Bolsa
Vamos voltar em 2002 e refrescar a sua memória. Naquela época, o Índice Bovespa vinha de uma queda de quase 50% em 3 anos e não faltavam motivos para isso:
  1. O atentado contra as torres gêmeas em 11 de Setembro de 2001;
  2. O chamado "risco Lula" que colocava a estabilidade econômica e institucional do país em xeque com a chegada das eleições;
  3. A Bolha das empresas ponto.com que arrastava a bolsa de tecnologia norte americana para as maiores quedas em décadas;
  4. A crise na Argentina que punha em dúvida a estabilidade da nossa própria economia;
  5. O racionamento de energia que tirava o sono da indústria e das pessoas;
  6. A escalada da inflação que voltava a assustar os brasileiros;

Entre vários outros motivos que bombardeavam uma economia ainda mais frágil que a atual.
Tudo isso indicava um péssimo momento para investir na bolsa, certo? Não, pelo contrário. Tudo isso estava precificado pelo mercado, o que transformava a incerteza em oportunidade.
Nos 5 anos seguintes, o rumo do mercado mudou. Com a tendência de alta que foi iniciada naquele momento, a Bovespa saiu de 8.224 pontos para 73.920 pontos. Uma alta de quase 900% que permitiu que dezenas de milhares de pessoas construíssem verdadeiras fortunas.
Movimentos similares ao que comentamos sobre as ações das Lojas Americanas ocorreram em outras empresas que também multiplicaram seu valor de mercado. Foi, por exemplo, o que ocorreu com a Randon que subiu mais de 3.600% desde os anos 2002, com a Hering que chegou a multiplicar seu valor de mercado em mais de 100x e com a construtora Helbor que só desde o final da crise de 2008 saltou 20x em valor de mercado.
Além disso, mesmo durante os períodos de queda, houve quem conseguisse obter resultados espetaculares, principalmente com as oportunidades de curto prazo, onde aproveitamos a volatilidade dos mercados para obter ganhos em poucas horas ou dias.
Isso quer dizer que mesmo que a bolsa ainda não tenha chegado no fundo do poço, é possível ganharmos com as oscilações de curto prazo.
Veja abaixo o gráfico de desempenho das recomendações feitas em tempo real pela Equipe de Análise do Toro Radar aos clientes (de day-trade e curto prazo) desde 2011 até hoje (período predominantemente de queda para o mercado):

Day-Trade (operações iniciadas e terminadas no mesmo dia):
*Rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura. A bolsa de valores é um ambiente de risco.
 Entenda o cálculo dos resultados em disclaimer e conheça as políticas aplicáveis a nossos analistas em informações legais.
Curto Prazo (operações que duram de 2 dias a duas semanas):
*Rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura. A bolsa de valores é um ambiente de risco. 

Entenda o cálculo dos resultados em disclaimer e conheça as políticas aplicáveis a nossos analistas em informações legais.
Mas quem são essas pessoas que ficaram multi milionárias e que obtiveram excelentes resultados com o investimento em ações? São aquelas que entenderam o grande Segredo da Bolsa: As Incertezas são as sementes das Grandes Oportunidades.
É justamente quando todos estão fugindo do mercado que é a hora de entrar e enfrentá-lo com estratégia. Todos nós adoraríamos ter uma chance de voltar no passado e aproveitar essa chance de ficarmos muito ricos. Entretanto, não precisamos chorar o leite derramado. Há uma boa notícia.
Neste momento, enquanto você lê este artigo, as incertezas que rondam nossa economia estão criando um cenário extremamente semelhante à 2002 e propiciando a maior oportunidade da década na Bolsa de Valores.
Hoje, centenas de empresas negociam abaixo de seu valor patrimonial. Ou seja, inúmeras ações têm valor na bolsa mais baixo do que seu valor de balanço, algo extremamente raro de ocorrer.
As pessoas que tiverem discernimento para investir na bolsa agora serão os grandes vencedores desta década e serão aqueles que encontrarão as próximas Lojas Americanas.

Para fazer com que o investidor descubra que comportamentos simples elevam a rentabilidade dos investimentos. Um dos primeiros passos é pesquisar as taxas de administração dos fundos e criar o hábito de, assim como se compara preços nos shoppings e supermercados, fazer o mesmo na hora de investir.
É importante o investidor saber exatamente o que quer fazer com o seu dinheiro, para só então escolher a aplicação e a melhor forma é buscar informação e verificar entre os tipos de investimentos que se adequam ao seu perfil.

Proteger-se no curto prazo
Quem busca segurança, mas não abre mão de liquidez imediata nem aceita oscilações, deve investir em fundos DI, desde que estes tenham taxas abaixo de 1% ao ano, como destaca a boutique de investimentos Órama.
"O Investidor tem que procurar fundos DI de liquidez ou resgate em D0 ou até D+1 para aproveitar as oportunidades e poder resgatar a quantia investida em curto prazo. Assim é possível evitar danos na carteira caso o governo continue a enfrentar dificuldades em ajustar as contas públicas, o que afetaria os Títulos Públicos", explica Alexandre Mourani, assessor de investimento da Severa Investimentos.

Driblar a inflação
Os fundos que acompanham o IPCA são os mais recomendados para se proteger da inflação.
"Para o longo prazo, a sugestão é o Tesouro IPCA. Com a piora na avaliação da política fiscal, este papel está com prêmios interessantes para o investidor que deseja alocar seus recursos para prazos mais longos. A remuneração real estará garantida e, ao mesmo tempo, o investidor estará se protegendo da inflação do período", explica Flávio Samara assessor de investimentos da W1 Finance. "Lembrando que o investimento no Tesouro Direto é feito através de corretoras e tem os custos básicos da taxa CBLC (0,30% ao ano) e o IR. Algumas corretoras cobram uma taxa de corretagem adicional, então cabe ao investidor pesquisar quais não estão cobrando e abrir uma conta nesta corretora ou realizar uma transferência de custódia", acrescenta.
Contudo, é preciso estar atento pois, alguns fundos possuem em suas carteiras títulos com prazos muito longos, o que pode gerar oscilações. "Vale ressaltar que este título tem uma volatilidade de curto prazo e o atual cenário de incertezas políticas tem tornado esta volatilidade maior ainda. Portanto, este investimento deve ser feito pensando no médio/longo prazo para evitar perdas decorrentes de um resgate feito em um momento de baixa no preço do título", conclui Flávio.

Valorizar o patrimônio
Apesar da instabilidade econômica, há os que objetivam valorizar o patrimônio. Para estes uma indicação para atingir esse objetivo em curto prazo é o Tesouro Selic. "Aplicações nesta categoria se mostram vantajosas, primeiro pela taxa básica estar em 14,25% e por prevaler a percepção de manutenção neste patamar ao longo do próximo ano. Considerando que a inflação tende a desacelerar em 2016, significará que o juro real pago pelo Tesouro Selic estará aumentando no mesmo período. E, dada sua característica cumulativa, o investidor não perderá dinheiro caso tenha que resgatar seu investimento para cobrir alguma urgência", indica Samara.
Já a médio e longo prazo, as recomendações se mostram mais sofisticadas "O investidor deve procurar por Fundos Cambiais, operações estruturadas com ativos internacionais, ações com foco em exportação ou, dependendo do perfil do investidor, fazer hedge com dólar futuro da carteira sem alavancagem", explica Alexandre.

Cuidar do futuro
Quem quer cuidar do futuro deve investir no médio prazo e fazer reservas. O cenário favorece aplicações em títulos de renda fixa com prazos mais longos e alta rentabilidade como CDBs, LCIs e LCAs, já que o rendimento líquido destas aplicações costuma ficar acima de 1% ao mês.
"Esta é a melhor forma para aquele investidor que não gosta de oscilações na carteira e quer diversificar, pois, com os CDBs LCIs E LCAs dentro do FGC (Fundo Garantidor de Crédito), que assegura o valor de R$ 250 mil por emissor, o cliente pode, através de uma corretora, comprar títulos privados de diversos emissores diluindo o risco em caso de inadimplência em razão de uma crise mais severa", indica Mourani.

Fonte:
http://www.tororadar.com.br/o-melhor-investimento-para-2015-e-tambem-a-maior-oportunidade-da-decada
http://economia.uol.com.br/noticias/infomoney/2015/09/23/veja-como-investir-bem-para-encarar-a-crise-de-frente.htm

sábado, 23 de abril de 2016

Como investir em momento de crise

Investir dinheiro tendo que enfrentar o aumento dos preços nos supermercados, a alta dos juros nos bancos e o desemprego batendo à porta não é tarefa fácil. Mas especialistas mostram que obter rendimentos com aplicações não é impossível, mesmo num cenário de crise. 
Apesar de muitas pessoas negarem (especialmente aquelas ligadas ao governo), estamos, sim, passando por um momento de crise no Brasil. Inflação elevada, demissões, juros lá em cima e crescimento econômico prejudicado são as partes mais visíveis do problema atual. E ainda vem mais por aí.
Mas isso de maneira alguma deve ser motivo para você ficar desanimado com a vida, parar de investir ou achar que não temos possibilidades crescer e melhorar mesmo em tempos turbulentos.
A crise não é um momento de total retração em todos os setores e nem tampouco uma fase apenas de piora ou falta de oportunidades. Mesmo com a redução no consumo, alguns mercados crescem e o potencial para investimentos é grande. Este é o momento em que você pode se preparar para ganhar muito com bons investimentos.
A verdade é que temos atualmente muitos instrumentos e opções de investimento, mas é hora de ser objetivo e escolher aquelas que podem fazer a diferença quando o pior passar. As minhas sugestões são:

1. Invista em renda fixa
Talvez este seja um dos momentos mais oportunos para investir em renda fixa. Com as recentes altas da taxa básica de juros (taxa Selic), atualmente em 13,75% ao ano e com viés de alta (há quem fale em mais de 14% até o final do ano), os investimentos atrelados a ela têm oferecido excelentes rentabilidades.
Mas para isso é muito importante saber eleger com critério e conhecimento os investimentos que serão feitos. Por exemplo, mesmo com a alta da Selic, a poupança continua não sendo um investimento inteligente, pois a inflação está em patamares mais elevados que a rentabilidade da caderneta (9% ao ano no IPCA contra 7,2% de retorno na poupança).
Por isso, o mais inteligente a fazer é buscar investimentos em renda fixa que ofereçam ganhos reais (além da inflação) e custos baixos de administração/manutenção. Dentro desta linha, é bom evitar os fundos de renda fixa conservadores com taxas de administração acima de 1% e aproveitar para investir em títulos públicos (Tesouro Direto), Letras de Crédito (LCI e LCA) e títulos privados (CDB). Clique aqui para ver uma simulação entre boas opções na renda fixa.

2. Invista em ações
O momento de crise exige que você tenha sobriedade ao investir em ações, mas também atenção para as oportunidades, uma vez que existem ativos bastante depreciados e baratos. Para ter uma ideia, se observarmos o Ibovespa de forma dolarizada, veremos que o índice está no mesmo patamar de 2005 (10 anos atrás).
Neste momento, você deve focar sua atenção em ações de empresas sólidas, com baixo nível de endividamento (especialmente em dólar), resultados consistentes e com perspectivas interessantes. Além disso, é sempre bom manter um olhar atento aos bancos, que historicamente oferecem retornos interessantes e batem recordes de lucro ano após ano – você pode ser sócio deles.
No entanto, tenha calma. Se você não tem grande conhecimento sobre o mercado de ações, é pouco indicado que você invista grandes quantidades de dinheiro agora. Faça seus investimentos de forma gradativa e, principalmente, de maneira a aprender com sua própria estratégia.
Se quiser investir em ações, busque saber mais sobre a atual situação das empresas onde vai colocar seu dinheiro e, principalmente, busque entender bem como funciona o mercado acionário. Sugiro que leia este artigo do Ricardo Pereira sobre simuladores e também conheça este eBook gratuito para começar bem.

3. Invista em imóveis
Financiar um imóvel em uma época onde as taxas de juros sobem exponencialmente não é uma boa ideia. Este momento pode ser propício para quem tem uma boa quantia de dinheiro disponível para comprar o imóvel à vista. Financiar não é algo interessante agora.
Comprando à vista e negociando bastante, você pode fazer uma boa compra, adquirindo mais barato um imóvel que poderá se valorizar depois do momento de retração. Atenção: não estou dizendo que o mercado de imóveis está barato, mas que bons negócios sempre são feitos em épocas de crise.
O fato é que há muita gente precisando vender seu imóvel para dar conta de outras necessidades financeiras, e a crise faz com que esta decisão tenha que ser agilizada. Quem tem condições de comprar à vista geralmente aproveita estas ocasiões para diversificar e estruturar um portfólio de investimentos mais robusto e pensado no longo prazo.
Tenha em mente que investir em imóveis nem sempre é uma boa, ao contrário do que muitos pregam. Como qualquer compra, fatores de mercado (localização, custos, taxa de vacância, situação do país etc.) tem que ser levados em conta. Ainda assim, insisto: o momento pode ser bom para comprar um imóvel com bom potencial e por um preço abaixo do mercado, e dá para achar algo assim.

Conclusão
Crise não é tempo de se encolher e deixar de investir, mas sim de buscar e aproveitar as oportunidades que o momento complicado oferece (e elas não são poucas). O recado é bem simples: muita riqueza é construída a partir de decisões inteligentes tomadas em meio à crise.
Taxas de juros elevadas, ações baratas e imóveis que podem ser comprados e revendidos com lucro são três exemplos de como a crise pode ser interessante para quem se preparou e valoriza a educação financeira. De que lado você está? Vamos aproveitar? Até a próxima!

Fonte:
http://dinheirama.com/blog/2015/07/27/3-investimentos-realizar-mesmo-epocas-crise-voce-conhece/

sábado, 16 de abril de 2016

Falta de empatia: a doença do mundo


A maturidade emocional está intimamente ligada à capacidade de sentir empatia. É a capacidade de se colocar no lugar do outro que faz com que tenhamos a abertura para ouvir as várias respostas para uma mesma pergunta e entender que não há verdade absoluta. Que a sua necessidade não é menos importante que a minha.
Sem empatia há corruptos, traidores, violentos, assassinos, aproveitadores, sem-palavras, charlatões, enrolões, abusadores, perversos, impacientes, intolerantes, presunçosos, folgados, procrastinadores, indiferentes.
Sem empatia, há contratos quebrados, acordos não cumpridos, identidades roubadas, lares destruídos, milhões desviados, trabalhos mal feitos, filas cortadas, favorecimentos ilícitos, chutes nos carros, cortadas no trânsito.
Sem empatia, alguns acreditam ser mais merecedores que outros e, portanto, se dão à comodidade de serem cegos, surdos e mudos para qualquer necessidade que não seja a sua própria. Sem empatia há o “venha a nós, mas ao vosso reino, NADA”.
A falta de empatia é o câncer do mundo, mas sua presença, a cura dele.

Fonte:
http://www.contioutra.com/falta-de-empatia-a-doenca-do-mundo/

sábado, 9 de abril de 2016

As 3 fases de um relacionamento tóxico

Idealização, Desvalorização e Descarte: as três palavras mais terríveis para qualquer um que já tenha se envolvido no ciclo de uma relação com um sociopata narcisista ou antissocial.
Fase da idealização: Príncipe encantado
No início de seu relacionamento ele era tudo o que você sempre quis? O príncipe encantado com quem um dia você sonhou e quando acordou, lá estava ele aos seus pés? Aposto que ele era. Era todo carinho e adoração? Sua atenção, seu tempo, seu interesse, era tudo para você? As surpresas inesperadas, os elogios constantes que faziam com que você se sentisse linda e muito especial? Ele parecia genuinamente ouvir o que você tinha a dizer? Horas conversando… e de repente, você achou sua alma gêmea, seu melhor amigo e o amante mais cuidadoso? Tenho certeza que sim!
Os sociopatas narcisistas e antissocias são mestres absolutos do charme e manipulação. Eles têm a incrível capacidade de ser exatamente o reflexo daquilo que você deseja, quer e precisa. Mas não se engane, o sociopata não se importa com você. Nada daquilo que você vê é real. É tudo desenhado para a conveniência dele e para que ele consiga adentrar suas defesas, limites e espaço pessoal, tomando o controle de seu tempo, de sua atenção, de sua vida. Esse sonho tem um prazo de duração e quem determina esse prazo é ele.
No início do relacionamento com um sociopata, todas as emoções normais de euforia que se sente quando se inicia um novo relacionamento estão lá. No entanto, ainda que tudo esteja perfeito, tem sempre algo estranho sobre ele que não se encaixa, que você não entende bem o que, mas decide ignorar para continuar vivendo o sonho. 
Uma vez que o sociopata percebe que você pode ser uma fonte viável de suprimento narcísico, investirá em você tão rápido, tão alto e com tanta força que você não vai saber o que a atingiu. Você mal acreditará o quanto esta pessoa parece estar apaixonada por você. Seu charme e constante afeto não são como nada que você já tenha experimentado antes. Ele realmente parece bom demais para ser verdade…
A idealização é a primeira fase neste ciclo surreal constante que é a relação com sociopatas. É a "fase do pedestal", isto é, você é posta na posição de uma deusa, e ele parece tão sincero, faz com que você se sinta tão bem e produza tantas daquelas endorfinas da paixão, que logo você fica dependente . Ele demanda seu cuidado e atenção constantes, despertando em você a empatia e seu lado maternal.
Nessa fase ele moveria montanhas para sua felicidade. Ele ama tudo sobre você e faz questão que você saiba disso. O contato com você é constante. Faz planos, quer te ver, ouvir sua voz mesmo que seja para um simples “oi”. “Desfila” com você para os amigos e quem sabe até para sua família, como se você fosse um troféu do qual ele está orgulhoso. E você lá, deslumbrada com toda essa atenção que nunca recebeu de ninguém. Por ele, você começa a dizer a si mesma que tudo vale a pena e… logo colocará isso em prática…
Vocês se conhecem há pouco tempo, mas já parece anos. Tudo se move rápido com ele. É comum o sociopata falar rapidamente de casamento, filhos e tudo que ele, estudando você, saiba que você quer ouvir. Como são irresponsáveis, inconsequentes e não sentem qualquer culpa ou remorso, dirão essas coisas mesmo sem nenhuma intenção de concretizá-las. Ainda que cheguem a concretizar algo, viram as costas para essas coisas sem nenhuma cerimônia. Mas isso só acontece mais tarde…quando já atingiram todos os seus objetivos obscuros.
Na fase da idealização estamos só no começo. Nessa fase parece que ele não se cansa de você, certo? Errado! Ele pode e ele vai se cansar. Logo. Uma vez que o narcisista percebe que a “comida dele está no anzol”, ele começa a enrolar a linha para trazer sua presa para suas mãos. E é aqui que começa o verdadeiro pesadelo.
Fase da desvalorização: Príncipe ou sapo?
Desvalorização é a segunda fase do ciclo que compõe a relação com sociopatas, em especial, o narcisista . Eu, pessoalmente, não estou bem certa de qual fase é pior, a desvalorização ou o descarte. Ambas são terríveis. 
Agora que você está viciada em toda a atenção, romantismo e bombardeamento amoroso que vêm em sua direção com grande intensidade e rapidez na fase da idealização prepare-se porque é hora de conhecer o homem (ou a mulher) com quem você está realmente.
O narcisista tem dois métodos para fazer o outro se sentir abaixo de zero: ele pode destruir de forma rápida e brusca o pedestal sob seus pés, desaparecendo no nada como se você nunca tivesse existido, sem dar a mínima explicação e comodamente reaparecer como se nada fosse ou…fazer isso de forma lenta, insidiosa e cruel. É quando escolhe esta segunda técnica de desvalorização que ele mina sua autoestima, corrói sua identidade, desdenha de seus sonhos e conquistas, aponta de forma cruel seus defeitos, isola-a do mundo acusando a todos, levanta contra você suspeitas daquilo que você não fez, alterna sua cara amarrada e mal humor com pequenos gestos de doçura (de modo que não perca o controle sobre você), enfim, lhe faz provar um doce-amargo constante e infernal, de modo que você passa a ter diante de si alguém que você “ama”, mas que estranhamente lhe entristece a maior parte do tempo. 
Ele fará isso com tudo o que ele tem em seu arsenal. Seu arsenal é bem abastecido. Abastecido com seu ódio, raiva e incapacidade de assumir a responsabilidade por qualquer de suas ações ou receios. Sempre com raiva, busca culpar qualquer um além de si mesmo por tudo que não dá certo ou que lhe desagrada. Ele nunca fez nada. Ele é a vítima. Não importa quanto você o venere, obedeça, ceda ou concorde, você sempre fez algo terrível que “o magoou profundamente e que justifica os seus mau tratos”… 
Pesquisas mostram que a maior parte dos narcisistas desenvolvem seu transtorno no início da adolescência e também na infância, quando não conseguem desenvolver bem o superego. Muitas vezes, é um resultado direto de abuso ou negligência. Outras, resultado de uma vida sem limites por parte dos cuidadores. Principalmente, se não quase sempre, por parte da mãe. 
Mas, pare! Eu sei no que você está pensando: Não, você não pode ajudá-lo. Quem se envolve com alguém assim precisa de mais ajuda do que ele. Você não pode ajudá-lo pelo simples motivo que ele não acredita que haja algo errado com ele. O problema “está com você”. No final você será difamada como louca, perseguidora, fútil, interesseira, etc. Você será o que na verdade ele é e por isso projetará tudo em você.
Na verdade, o narcisista é um grande impostor que projeta uma imagem charmosa e perfeita. Mas sua incapacidade de manter a máscara, permite que você enxergue rapidamente ver quem ele realmente é. E se você não ignorar seus instintos, é claro…
Sua própria turbulência interna, baixa autoestima (ao contrário da crença popular, narcisista não têm a autoestima elevada que mostra ao mundo) e medo de abandono, faz com que o narcisista abandone as pessoas com grande facilidade. Isso não deixa de ser um mecanismo de defesa contra aquilo que no fundo, teme. Ah, e não, não adiante assegurar-lhe que você não vai abandoná-lo. Isso só vai enfurecê-lo, mostrar quanto você é submissa e fraca. Na verdade isso mostra que você tem para dar um amor que ele não tem e isso faz com ele se sinta inferior e inadequado. Não é o seu abandono que ele teme. É o da mãe (que está no passado, mas que o assombra) e isso, você não pode mudar. Não, nem mesmo com todo o amor do mundo. Na verdade, sua busca é receber amor de seu objeto primário (a mãe), o que nunca ocorrerá porque o tempo em que essa ferida se abriu está lá na infância, impossível de se resgatar na fase adulta quando se trata de narcisistas e antissociais.
Na fase de desvalorização, o que ele antes achava incrível sobre você agora se torna veneno. Assim, lançará farpas sobre você sem nenhuma razão aparente. É o momento de destruir em você tudo o que ele admira e que sabe não possuir. Isso faz imensa confusão na cabeça das vítimas. Elas são incapazes de compreender por quê isso acontece . Como você poderia ser amado num minuto e tão ferozmente detestado no próximo?
É nessa fase que o narcisista vai usar tudo o que você confidenciou-lhe, contra você. Lembre-se: o narcisista é um predador e sua presa é bem dimensionada na fase de idealização . Todo o tempo que ele escutou você tão atentamente, espremendo mais e mais informações sobre a sua vida, seu passado e seus objetivos atuais e futuros…lamento em informar: ele estava apenas observando, estudando você… e essa pesquisa culminará com a sua destruição final e devastadora, basta você permitir.
Ele passa a criticar tudo sobre você, desde a maneira de olhar, rir , dormir, comer, se vestir, se relacionar com os outros, sua família, seus amigos, tudo será alvo de críticas. Críticas abertas ou veladas. Algumas vezes escrachadas outras travestidas de “eu só estava brincando”… Ele pode vir a público e criticá-lo severamente ou pode fazê-lo muito sorrateiramente, tentando disfarçar como se ele só quisesse ajudar… Ele não ajuda e não ajudará jamais. Jamais será o companheiro que você sonhou. 
Se você for do tipo questionadora, que capta quando há maldade, ele vai devolver para você com sua especialidade: o tratamento silencioso. Uma agressividade passiva, um “silêncio ensurdecedor” que acusa você sem sequer uma palavra. É um de seus métodos mais cruéis e mais utilizados contra suas vítimas mais inteligentes e questionadoras. Ele não consegue argumentar seu comportamento completamente desequilibrado então fica calado, castigando, insinuando que você está tão errada que não vale a pena nem dirigir-lhe a palavra! Diga lá: São mestres ou não em manipulação?
Aos poucos o narcisista separa-se emocionalmente de você. Isso faz com que você se pergunte o que fez de errado e inicie uma maratona para “compensá-lo” e trazer a relação para a primeira fase. A resposta é mais distanciamento e indiferença. Ele sabe bem o que está fazendo. Passa a dar desculpas para gastar menos tempo com você, chegar tarde em casa, não aparecer, não dar sinal por dias. 
Nesta fase você terá pequenas pausas em que será bem tratada. Isso acontece quando ele percebe que você está se distanciando, andando com as próprias pernas, desligando-se do abuso. Ele não quer que você se vá antes que ele esteja pronto para descartá-la e, para evitar isso, vez ou outra se apresentará com a máscara do começo. E isso só causa mais confusão emocional, a não ser, é claro, que você já entenda com quem está lidando. Se já entende, esta é sua chance de cair fora antes de ser massacrada. Você será, basta esperar.
De repente, o seu trabalho torna-se engolir abuso, humilhações, abandono e choro . O que o narcisista está fazendo com você é a desvalorização propriamente dita. Ele faz isso porque é irremediavelmente machucado por dentro. Um verdadeiro zumbi moderno, vazio de outra coisa senão instintos mais primitivos e gratificações instantâneas. Ele faz isso porque realmente não está disposto a fazer tudo o que é necessário para manter seu suprimento narcísico (você). Ele precisa de suprimento narcísico (atenção, dedicação, adoração, subserviência, sexo, etc) como uma droga. Ele quer agora e não quer trabalhar por isso. Ele sabe disso e se ressente.
O narcisista se cansa muito facilmente e, como qualquer viciado em drogas, precisa de mais e mais a cada vez para manter “seu barato”. Quando a euforia sentida no início de qualquer relacionamento acaba, uma vez que está provado que surge de substâncias químicas no cérebro, ele simplesmente se entedia e se enfurece. Sabe que o problema está com ele, mas projetará culpas imaginárias sobre você para não ter que lidar com sua superficialidade, além ter uma desculpa para partir para a próxima vítima que lhe dê suprimento novo, sem parecer o vilão da história.
As pessoas saudáveis, durante a química da paixão, podem desenvolver outras ligações, respeito pelos limites do outro e outros sentimentos que criam laços mais profundos, substituindo a paixão química. Há desenvolvimento de uma relação saudável onde ambos mantêm sua autonomia como indivíduos. Então esqueça: Você jamais terá isso com um narcisista patológico. Ele não permitirá que tais laços se estabeleçam. Ele olha para as pessoas nesses relacionamentos como fracos, submissos ou patéticos. Isso ocorre porque alguns estágios emocionais e de desenvolvimento do narcisista foram atrofiados na infância ou adolescência por algum evento traumático, ainda que esse trauma seja uma mera percepção dele de um determinado fato. É claro que nem todo mundo que experimenta traumas de infância desenvolve Transtorno de Personalidade Narcisista. 
Então acredite, na desvalorização o que ele deseja é destruir sua mente, seu brilho, sua energia vital, pelo simples fato de que ele se ressente de sua dependência por você, e é através da desvalorização que ele conseguirá colocá-la na posição de dependente, de modo a sentir-se um pouco melhor. Quem chegou a esse ponto deve preparar-se para o golpe final: o descarte!
Fase do descarte: Do catelo à lata do lixo
O descarte é a terceira e última fase da experiência traumatizante e dolorosa que é o encontro com um sociopata narcisista. Prepare-se, pois é nessa fase que você vai vê-lo completamente sem máscara, numa versão diabólica que você nunca pensou em associar àquele anjo imaculado que você conheceu e que lhe deu tanta lição de moral e bons costumes ao longo de toda relação.
Quando ele tiver rasgado você ao meio e arrastado seus pedaços para as profundezas do inferno com suas agressões verbais, sua humilhações, suas mentiras, traições, inversões, projeções e, em muitos casos, atos de violência física , ele vai descartar você. 
Assim que ele tiver sugado por completo sua energia vital, deixando-a esvaziada de alegria de viver, autoestima, amor próprio, autorrespeito e dignidade, ele vai jogá-la fora com crueldade e sangue frio. Simples assim, como se você um pedaço de papel sujo. Papel higiênico que ele usou para se livrar de sua sujeira, constantemente projetada sobre você. Só então ele estará pronto para descartá-la.
Durante a fase de desvalorização, a vítima tenta incansavelmente descobrir o que fez de errado para que seu parceiro tão perfeito do início se voltasse contra ela de forma tão furiosa. Ao longo da fase de desvalorização, o sociopata deixa bem claro que tudo foi culpa sua. Tudo. Ao final, a vítima está cansada, reprimida, deprimida e oprimida. A este ponto provavelmente já se tornou tão isolada que tem pouca ou nenhuma vida social. Enquanto ele a encantava com carinho e atenção ímpar, sorrateiramente exigia seu afastamento dos hobbies, amigos, familiares e colegas. Ora mantendo-a ocupada (e distraída) com atenção constante, ora castigando-a com mau humor e tratamento silencioso de modo que, aos poucos, você começa a evitar as condutas que desagradam o parceiro “tão apaixonado”.
Em um piscar de olhos você está distante de tudo e de todos que possam ser para o sociopata uma ameaça. Qualquer coisa que receba seu carinho e atenção, não é bom para você e, logo, deve ser eliminado. Sua vida e interesses devem ser dedicados exclusivamente a ele. Ele nunca diz isso abertamente. Conduz sua vítima a isso, através de manipulações, vitimizações, acusações e mentiras. E assim foi, sem você perceber.
O sociopata consegue isolar e degradar a identidade e autoestima da vítima para igualar à sua. Esvaziada, de joelhos, completamente perdida e sem vida própria, a vítima já não tem para fornecer qualquer suprimento narcísico (adoração, atenção, sexo, presentes, etc) e aí chega o momento em que ele vai descartá-la sem olhar para trás, como se nunca tivesse existido. Aquele amor eterno prometido, os planos grandiosos para o futuro, tudo se perde no nada. É como se nunca tivesse acontecido e a naturalidade com a qual ele faz isso vai deixá-la confusa, machucada, humilhada e sem vontade de acordar de manhã. Mas escreva minhas palavras: Ele nunca vai deixá-la a menos que já tenha garantido uma nova fonte de suprimento narcísico. Leia de novo. nunca. Pode não ser uma amante. Pode ser qualquer coisa (carro novo, consumismo, viagens, etc), novos amigos, velhos amigos, ex, qualquer coisa que naquele momento o sociopata narcisista perceba ser uma maior ou melhor fonte de suprimento narcísico. 
Incapaz de viver luto por perdas e de passar períodos sozinho, ele está sempre à procura de uma melhor “alimentação”. Sempre. Ao afastar-se e observá-lo de longe, você se verá diante de alguém promíscuo, que troca de parceiro com a naturalidade de quem troca de roupas. Você testemunhará futilidades absurdas em seus costumes consumistas. Você ouvirá mentiras a seu respeito. Você se encontrará muitas vezes perguntando: “quem é essa pessoa?” “como pode ser a mesma que um dia me fez tão feliz?”. Não se torture mais. Você conheceu um ilusionista talentoso que não conhece escrúpulos nem limites para tirar de suas vítimas o que mais lhe convém, ainda que para isso tenha que lhe prometer, sem nenhum pudor, um mundo maravilhoso e cor de rosa que, de repente, se transforma num lugar frio, tenebroso e escuro, onde você não significada nada.
O sociopata narcisista é oportunista na essência. Quando o tempo com você não for mais conveniente ou não servir mais aos seus propósitos, ele dará seu golpe final e desaparecerá. Se seu contato era telefônico, não atenderá mais. Se você insistir de outro número em busca desesperada por uma razão de tudo aquilo, vai humilhá-la da pior forma possível ou simplesmente dizer que você ligou para o número errado!
Se ele mora com você, vai arrumar as malas e sumir, quer dando-lhe o tratamento do silêncio, quer tendo um ataque de fúria (por culpa sua, é claro) ou com um “combo” de desvalorização mortal, no qual juntará todas as suas técnicas de descarte e soltará sobre sua cabeça como uma pedra gigantesca que vai te esmagar como a uma formiga. Seja como for, ele vai sair de sua vida, sem encerramento, sem explicação, sem nada, deixando para você apenas dúvidas, culpa e muita dor.
E não se iluda, porque mesmo longe ele fará de tudo para sujar seu nome entre aqueles que conhecem o casal. As mentiras e histórias hollywoodianas protagonizadas pela vítima que era “louca” e que “não tinha vida própria” e que “o sufocava” serão contadas repetidas vezes e, não raro, conseguirão uma legião de simpatizantes que se compadecerão de seu “sofrimento”. 
Apesar de ser revoltante o sentimento de injustiça, o segredo é não reagir e aguardar. Como não conseguem manter máscaras por muito tempo, rapidamente suas ações passam a depor contra suas palavras e as pessoas, por si só, compreendem quem era a vítima e quem era o vilão. Reagir só vai fazer com que pareça que ele tem razão ao chamá-la de louca. Nesta fase é preciso focar em si e evitar contato com informações sobre essa pessoa que não tinha e jamais terá algo valioso para lhe oferecer. Seu encontro com ele foi uma fatalidade. Aprenda o que puder desta experiência e siga com dignidade. Não insista atrás de explicação e siga em frente, pois se você insistir, pode piorar e muito. A explicação é simples: você se envolveu com um transtornado mental. Ponto final.
Após o descarte, se ele voltar (e ele vai voltar) e você aceitá-lo de volta, passada a lua de mel, você estará diante do ciclo lava, enxágua, usa, joga fora e repete. Até quando ele não quiser mais. Sim. Eles sempre voltam e o fazem por diversos motivos. Voltam essencialmente para ter certeza que ainda tem controle sobre suas vítimas. Voltam para machucar a vítima atual. Voltam porque têm certeza que você ainda os espera. Voltam porque são obcecados e veem suas vítimas como posse. Voltam porque perceberam que sua vida foi adiante sem eles e isso é inadmissível. Voltam porque ao vê-la melhor, percebem-na como fonte nova de suprimento e querem novamente sugá-la.
Se tiver sido você a deixá-lo, fará stalking, a perseguirá prometendo amor eterno, dizendo tudo aquilo que sabe que você deseja ouvir, falará de casamento, filhos e se apresentará em sua melhor versão. Será tudo o que você um dia sonhou. Ele voltará “mudado”. Graças a você ele “entendeu muitas coisas”. Mas se você me perguntar se neste momento ele merece uma segunda chance, lhe digo sem medo de errar: Aceitá-lo de volta é voltar à primeira fase sim, aquela maravilhosa da idealização, mas sem esquecer que logo em seguida você deverá enfrentar a desvalorização e o descarte, reinserindo-se num ciclo vicioso, mortal e sem fim do qual somente você sairá prejudicada.

Fonte:
http://www.contioutra.com/as-3-fases-de-um-relacionamento-toxico/

sábado, 2 de abril de 2016

O escudo contra o mal

“Solicitar ajuda das forças luminosas do Universo em prol de uma dificuldade da qual não se tem nenhum controle é louvável, pois demonstra humildade”, disse o Velho, como carinhosamente chamávamos o monge mais antigo da Ordem, a um homem que veio ao mosteiro suscitar auxílio em uma situação que lhe afligia. Em seguida alertou: “No entanto, pedir auxílio para que façam o trabalho que lhe cabe, apenas revela a falta de entendimento das Leis, pois não acontecerá. A vida não endurece para maltratar, mas para ensinar. Não há privilégios, apenas lições.”
Como uma tempestade que chega sem anunciar, a vida desse homem parecia, de uma hora para outra, virada ao avesso. Brigas familiares insensatas e complicações profissionais que levaram à dificuldade financeira inesperada, eram as consequências imediatas e visíveis do inferno que ele vivia em solo terreno. Com os olhos mareados, se confessou desorientado para continuar na luta. Estávamos no refeitório, os três, e eu lhes servia café com bolo de milho. O homem, de ótima aparência e muito culto, narrou que até há poucas semanas navegava em águas tranquilas pelos mares da vida. Uma família aparentemente bem estruturada; sócio de uma empresa que gerava lucros suficientes para sustentar condição material bem acima da média. Até que, em algum momento, tudo desandou.
“A vida exige movimento. Assim, te fará caminhar por gosto ou imposição. A inércia e o comodismo são ferramentas das sombras a atolar o viajante. Aos que buscam incessantemente o aperfeiçoamento do próprio ser, a vida há de ser generosa, a fornecer todas as condições necessárias para o prosseguimento de uma viagem serena”, explicou o Velho. Deu uma pequena pausa, sorveu um gole de café e prosseguiu: “Aos que se iludem eleitos dos deuses, alheios a tudo e a todos, aos que se imaginam ‘escolhidos’, não tardará o desequilíbrio sobre as situações que o sustentam. A Lei do Serviço é parte do Código Não Escrito e obriga ao trabalho e ao progresso espiritual. Crises emocionais, brigas afetivas, desavenças familiares, dificuldades econômicas ou doenças, são alguns dos instrumentos de instabilidade utilizados pelo Universo para impor novo momento de adaptabilidade diante da realidade alterada. Agora a criatura caminhará por necessidade”.
“O Caminho é muito generoso em te permitir escolher as rotas da viagem, entretanto, muito justo em elaborar as dificuldades inerentes ao trajeto. O Mestre ensinou há milênios que devemos atravessar a porta estreita das virtudes. No entanto, muitos ainda escolhem seguir pela estrada larga das vantagens indevidas. Afagam o ego em prejuízo a alma. O resultado? Após os prazeres imediatos e transitórios, anda-se em círculos por trilhas cada vez mais escuras e esburacadas. Agonia e tristeza se apresentam como companheiras de viagem”. O homem, muito sensibilizado, confessou que, de fato, não vinha oferecendo o melhor de si. Aflito, perguntou ao Velho como poderia mudar a própria vida, pois não sabia para onde seguir. O monge arqueou os lábios em um sorriso repleto de compaixão e disse: “Quer um novo Caminho? Basta mudar o seu jeito de caminhar”.
“Problemas sinalizam a necessidade de mudanças. Entenda o que você precisa transformar em si e se dedique a isto com sinceridade. Só então chegará a ajuda da esfera invisível”.
O homem argumentou que sofria muito, não imaginava como fazer e, mais, a atual situação se mostrava tão nebulosa que não acreditava ser capaz de solucionar todos os problemas sem a ajuda das forças superiores. O Velho respondeu com a voz bondosa: “O Universo não quer que você sofra, porém exige que você evolua para chegar a próxima estação. Aprender, se transformar, compartilhar e seguir são momentos distintos de cada etapa nas inúmeras existências permitidas, como escolas de sabedoria e amor”. 
O homem disse que precisava também de muita proteção, pois tudo de ruim parecia acontecer a ele naquele momento. O monge mordiscou um pedaço do bolo e falou: “Estamos sujeitos à inexorável Lei da Ação e Reação, uma das que compõe o Código Não Escrito. Ela atrai para a sua vida pessoas e situações que lhe são adequadas, não por punição, mas de acordo com o rigor necessário para o aprendizado do aluno, no mesmo diapasão de suas atitudes. O perfume da flor atrai pássaros e borboletas; o odor do esgoto chama para si os ratos e as baratas. Assim, escolhemos os que nos acompanham e definimos o destino próximo”. 
“Ninguém está fora do alcance das Leis. Os guardiões ou anjos do Universo ficam impedidos de interferir em razão da situação conflitante ser parte da lição que cabe a você. Assim, você precisa se ajudar para ser ajudado. É uma grande ilusão achar que a casa do mal é o mundo. A sua raiz está em cada um de nós, em maior ou menor intensidade, a depender da expansão de consciência individual. Acredite, ninguém lhe prejudica mais do que você mesmo. Equalizar emoções e pensamentos nas ondas de Luz, envolvendo-os com amor, para que possam se materializar em boas atitudes é a defesa mais eficaz contra o mal. Pois, cria uma abóbada de proteção energética a sua volta, a permitir a aproximação de seus exércitos com maior rapidez, permissão e poder. Como pode ver, o melhor escudo contra o mal é um coração puro”.
“Nunca lhe faltará o auxílio. Entretanto, cada qual terá a ajuda na exata medida das suas necessidades de desenvolvimento, da vontade sincera de se transformar, de semear flores para quem vem atrás. Não podemos esquecer que as dificuldades nos trazem as lições indispensáveis para o aprimoramento da alma, muitas vezes ainda bem embrutecida, necessitando de métodos rigorosos de aprendizado”. 
“Reflexões e meditações no encontro consigo próprio são ferramentas poderosas para a ampliação de consciência. Leituras auxiliam na criação de ideias e sustentação filosófica. As preces germinadas no coração são de extremo valor, pois auxiliam no equilíbrio emocional e o auxílio rogado, de algum jeito, nunca faltará, no entanto, não esqueça que santo nenhum dará os passos que cabem a você. A ajuda jamais chegará em forma de carroças repletas de ouro ou que a pessoa amada se dobre aos seus desejos. O auxílio vem através de sinais que indicam um novo sentido e aos ‘acasos’ que criam situações inimagináveis a fim de nos proteger. Ou por intermédio de intuições luminosas que indicam as indispensáveis metamorfoses da alma, as mudanças em seu sentir, pensar e agir”.
“Esta é a alquimia da vida: a transformação de sombras em luz, de dor em amor. Este é o mais precioso dos milagres e muitos nem se dão conta de que os têm na mão”. 
Como um vício moderno, o homem reclamou da situação do planeta, que está tudo errado em todo lugar e do mal que parece campear sem rédeas. O monge mirou em seus olhos com doçura e falou: “Quando lamentamos o mundo, criticamos a nossa própria situação interna. O mal é fruto das sombras que habitam cada um de nós, nossas imperfeições e dificuldades, a formar um coletivo de iniquidades. Do contrário é também verdadeiro afirmar que somos a Luz na construção do bem e na manutenção da Obra. Através dos séculos o mundo sempre foi a exata fotografia de nossos corações. Do meu e do seu. Quer mudar o mundo? Transforme a si próprio. Como? Aperfeiçoe as suas escolhas”. O homem acenou com a cabeça em concordância, mais por desconcerto do que por satisfação.
Em seguida, tornou a lamentar a própria situação e insistiu que lhe fosse dito como, de forma objetiva, poderia reverter as atuais dificuldades. “Não faço a menor ideia”, disse o Velho. Diante do olhar atônito do homem, pediu para que eu lhe servisse mais um pouco de café e explicou: “Administrar a vida alheia é muito fácil e tentador, entretanto também demonstra leviandade e arrogância. O exercício da vida, com suas dores e delícias, é a ferramenta pessoal e intransferível de que dispomos para desenvolver as asas da alma, alavancar a nossa evolução. Entenda, aceite e use adequadamente a liberdade de buscar e decidir”. 
“Apesar de nunca lhe faltar ajuda – e que sejamos claros, não para um desfecho mágico dos seus problemas, pois o auxílio não será na medida dos desejos do seu ego, mas das necessidades de sua alma, ou seja, por intermédio de condições para alterar, por si e através de si, a realidade – a parte mais importante do processo terá que ser feita por você, na ampliação de sua consciência, no burilar do coração, no desapego dos velhos conceitos. Medidas que refletirão no aprimoramento das suas escolhas”. 
Observou o homem por alguns instantes e aconselhou: “Procure o silêncio e a quietude para ficar a sós consigo. Mergulhe fundo, conhecer a si próprio é a estrada para a plenitude. Estabeleça para si mesmo cláusulas invioláveis de amor e dignidade. Perceba o que precisa ser modificado em sua vida. Absolutamente tudo pode ser diferente e melhor. Todos os sábios já fizeram isso para romper a dureza do casulo e sentir as asas da liberdade”.
O Velho pediu para unirmos as mãos e fez uma prece sentida por amor e Luz. O homem agradeceu educadamente a conversa, a oração e partiu. A sós com o Velho, falei que tinha a impressão de que o visitante tinha ficado um tanto decepcionado. “Poucos aceitam os encargos e o trabalho que lhes cabem. Todavia, se as minhas palavras forem uma boa semente, cedo ou tarde germinará”, disse o monge. Deu uma pequena pausa e finalizou: “Na verdade, as transformações exigem grandes esforços que nem todos parecem dispostos a operar. Pensam ser mais fácil rogar por um milagre, que nunca virá, pois o bom educador não faz o dever do aluno. Roga-se por socorro para que se materialize um castelo de muros altos a garantir privilégios e mordomia, quando, na realidade, a ajuda sempre chegará em forma de ponte, toda vez que existir a vontade sincera do andarilho em caminhar e atravessar o abismo”.

Fonte:
http://yoskhaz.com/2015/12/03/o-escudo-contra-o-mal/