sábado, 29 de outubro de 2016

Como cuidar da sua criança interior

Você se lembra do brinquedo preferido que teve quando criança? E qual foi o momento mais feliz da sua infância? Quantas coisas você fazia quando criança que nem se lembra mais? Por onde anda aquele sentimento de alegria, espontaneidade, ânsia em crescer?
Por que não resgatar o que era bom? A criança é uma das maiores fontes de alegria e ao resgatarmos está alegria, ficamos mais inspirados, criativos e menos estressados. Se a sua criança e criatividade ficaram adormecidas, desperte-as!
Todos nós temos dois aspectos em nossa personalidade: o adulto e a criança. A criança interior representa todas as nossas lembranças da infância, nossas emoções, nossos sonhos. É a fonte da criatividade, a promessa de futuro, o símbolo da transformação e crescimento. Contém os sentimentos, lembranças e vivências da infância. É a totalidade da psique, a parte genuína que perdemos quando adultos. É tudo o que foi abandonado e ao mesmo tempo, é divinamente poderosa. Ela é o ser, o sentir, o vivenciar e o viver. É pura sensibilidade. Está presente em nossas fantasias, devaneios, sonhos, desejos, imaginações, intuições e principalmente, em nossas emoções.
Também quando você brinca, tem prazer naquilo que faz. Está presente também na parte de nossa psique que vivencia a angústia e o sofrimento. Quando você chora, quem está chorando é sua criança; abandonada, sozinha. Quando você cria algo também é sua criança. Ela é nossa maior fonte de criatividade e busca do prazer. Mas infelizmente, muitos quando adultos, buscam esse prazer na fuga pela comida, no álcool, nas drogas, porém de forma destrutiva.
A característica de um adulto com sua criança interior abandonada é quando está quase sempre com medo de estar errado, é como se a criança que foi um dia, acreditasse ser essa a razão por ter sido rejeitada, abandonada. Primeiro por seus responsáveis e depois pelo seu próprio adulto.
Desenvolve assim a necessidade de ser perfeita, buscando aprovação dos outros por estar desconectada com quem realmente é. Perde-se a conexão com ela ainda criança, quando sentia que seus sentimentos não importavam, não se sentindo valorizada e amparada. Quando não sentia permissão para expressar sentimentos de tristeza, raiva, perda, frustração. As cobranças também contribuem para esse afastamento, principalmente as internas. Temos que produzir até quando estamos em férias ou na praia num sábado de sol, não se pode perder tempo. Não se admira mais a natureza, as coisas simples. O dinheiro se sobrepõe ao carinho, a atenção, ao amor.

O brinquedo do adulto
Os fracassos, as decepções, a culpa, a humilhação, tudo conduz à perda da criança. Para os adultos hoje brincar implica em ir a restaurantes, beber e ter poder. Brincar é muito diferente, é o que acontece espontâneo, não planejado, como quando você rola no chão fazendo cócegas no seu amor, quando você joga apenas para brincar, não ganhar. Quando há entrega, envolvimento. Você já observou uma criança brincando? Mas mesmo não tendo uma criança real, é possível brincar, se soltar.
A necessidade de encontrar a criança interior faz parte da jornada de todo ser humano que se encaminha na direção do autoconhecimento e de sua totalidade. Ninguém teve uma infância perfeita. Todos nós carregamos questões inconscientes que não foram resolvidas. Sabemos que 80 a 95% das pessoas não receberam atenção adequada quando criança, por isso o resgate da criança interior se torna a tarefa da maioria das pessoas. Afinal, o que há de mais rico e sagrado dentro de cada um de nós e que ninguém poderá nunca pegar, roubar, levar se não tiver nosso consentimento? Nossos sentimentos! E só chegamos nele através da Criança Interior.
É buscar o que lhe dá prazer, porém de uma forma saudável. É se permitir brincar, pular corda, jogar peão, jogo de botão, se sujar na terra, tudo aquilo que você fazia quando criança, mas com o objetivo de resgatar sentimentos como a alegria, espontaneidade, esperança e criatividade. As pessoas tendem a confundir ser criativo com ser infantil, inconveniente, e uma coisa não tem nada haver com a outra.
A criança é pura emoção. Quem não consegue ter controle das suas emoções é porque não reconhece as necessidades da criança e nem sabe que seus descontroles são reações dela. Quando você está triste, chorando, sem controle, na verdade é sua criança que faz você sentir tudo isso, pois é o que ela está sentindo desde sua infância. Se ela não for tratada com o amor que esperava, vai ficar esperando e muitas vezes buscando nas outras pessoas este amor, mas só uma pessoa pode dar isso a ela: você!
Quando há dificuldade em vivenciar as próprias emoções, fica mais difícil o processo de individuação, autoconhecimento. Quando há esse reencontro, há uma transformação, uma mudança de perceber a vida. Transformamos nossa consciência, crescemos, transcendemos, vivenciamos mais poder pessoal e de escolhas. Não permitimos mais relacionamentos doentes e destrutivos e começamos a assumir mais a responsabilidade pela nossa felicidade, a ter respeito pelos nossos sentimentos.
Há ainda um resgate da espontaneidade de pensamento, a autenticidade, criatividade na solução de problemas, formas originais de expressão, capacidade de arriscar-se, ir a busca de oportunidades, e o mais importante, ao aprender a cuidar de sua própria criança: maior equilíbrio emocional.
A criança interior amada é instintiva, confiante, intuitiva, criativa, imaginativa, curiosa, apaixonada, suave, sensível. O resgate da criança interior é o elemento mais importante do trabalho terapêutico. É a maior fonte de autoconhecimento. Aumenta a autoestima e provoca paz e alegria. É a essência do amor, o verdadeiro encontro consigo mesmo. É quando você aprende a se amar!

Dez dicas para cuidar bem do seu lado criança
1. Reconheça que a criança que você foi um dia permanece dentro de você. Afinal, quando amamos alguma coisa ela tem valor para nós, e quando alguma coisa tem valor para nós passamos tempo com ela e cuidamos dela.
2. Entre em contato com a sua criança interior.
3. Em estado de relaxamento em um local tranquilo, visualize seu quarto de dormir quando pequeno. Recorde o local, as cores, os objetos, o cheiro. Veja sua cama e dormindo nela, você. Aproxime-se, passe a mão nos cabelos dessa criança e acorde-a. Olhe bem em seus olhos e pergunte a ela o que mais quer e precisa. Ouça a resposta. Depois diga a ela que está a seu lado sempre e que a ama muito. Abrace-a fortemente. Permita-se sentir a emoção deste momento.
4. Quando estiver triste, abrace-se como se estivesse abraçando uma criança em seu colo. Diga palavras de tranquilidade, transmitindo-lhe muita paz e amor.
5. Ampare e apóie todos seus sentimentos.
6. Não viva segundo as regras dos outros, apenas respeite-as.
7. Compre um urso, boneca ou um cachorrinho de pelúcia e coloque em sua cama. Quando estiver triste, converse com ele, como fazem as crianças. Pode ser também um carrinho, autorama e brinque!
8. Vá ao supermercado e compre apenas aquilo que gosta. E coma, sem culpas! Mas também sem exageros.
9. Pegue uma foto sua de criança e coloque num porta retrato. Todos os dias olhe para a foto com carinho, transmitindo-lhe amor.
10. Reserve um tempo e leve sua criança para passear, brincar, se divertir. Permita-se!

Fonte:
http://www2.uol.com.br/vyaestelar/crianca.htm

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Eu Criança

Hoje eu gostaria de falar sobre o seu Eu Criança! É claro que, quando falo da criança interior, existe muito a ser dito. Existem muitas facetas dessa criança que mora dentro de você e, acredite, muitas delas precisam ser urgentemente curadas. Mas neste artigo quero falar da "Criança Sagrada", porque sem ela nos tornamos meros homens-robô cumpridores de tarefas. Sem ela a vida se torna chata e monótona e nada parece nos interessar de verdade.
Um dia você foi pequenininho, lembra? E tudo ao seu redor era novo, grande e encantador. Talvez até mesmo assustador! Naquele tempo, as coisas que hoje você acha pequenas eram os "grandes eventos" do seu dia a dia: a gota de água escorrendo na janela, o feijão que magicamente brotou do algodão, o gosto horrendo daquele óleo de fígado de bacalhau (sorte sua se não teve que passar por isso!). Naquele tempo, antes de ter desaprendido a viver naturalmente, você era simplesmente... você. É claro que o mundo parecia um infinito campo de descobertas, cheio de mistérios, mas era exatamente a presença dos mistérios que tornava tudo tão interessante e divertido.
Você cresceu, e foi aprendendo a nomear tudo, a entender tudo e os mistérios foram sendo desvendados. Você foi se sentindo mais esperto ao dominar o mundo, as contas, as palavras, a biologia, etc, mas o que aconteceu é que você foi se perdendo daquela magia. Deixou de perceber os círculos que o vento traçava na superfície de um lago solitário. Deixou de perceber o som das asas dos beija-flores, deixou de perceber que, agora mesmo, enquanto você lê estas palavras na tela do seu computador, infinitas estrelas brilham em um inexplicável universo ao seu redor. Você deixou de perceber o quanto tudo era sagrado. Você deixou de sorrir para as pessoas, de pisar na grama, de acreditar e de chorar. Talvez você tenha até mesmo deixado de amar, com medo de que não correspondessem ao seu amor.
Sem a presença da criança sagrada, a vida vai ficando cada vez mais chata, cinza e sem graça. Mas, acredite, não precisa ser assim. Você pode agora mesmo fazer como antes, e sair por aí olhando as pessoas nos olhos e sendo exatamente quem você é sem se importar tanto com o que elas pensam de você. Mas para isso você precisa reencontrar essa criança e trazê-la para bem pertinho de você. Ela não está longe... bastam três passos! Eu convido você a dar cada um deles comigo, agora. Está pronto??? Então vamos lá!

1º Divertir-se mais!
Entenda, você não está aqui, no planeta, para fazer tudo certo. Só o que você precisa é viver as experiências que a vida lhe trouxer e aprender com elas! Ora, toda criança sabe disso!!! As crianças brincam, e assim aprendem um monte de coisas. Já nós, adultos, levamos tudo tão a sério, e queremos ser sempre tão perfeitos, que tiramos toda a graça da vida. Preste atenção: Quando você estiver indo para uma reunião muito importante, ou para uma entrevista de emprego, ou para um primeiro encontro com alguém por quem você esteja interessado; faça de conta de que tudo se trata de uma brincadeira, e que o que realmente importa é a experiência e o aprendizado, "e não o resultado". Relaxe, seja simplesmente você mesmo e tente se divertir. Abra mão do peso, porque quando carrega esse peso nas suas costas você faz as coisas com muito mais dificuldade do que faria se estivesse leve e livre para simplesmente fluir com a vida.
Ok? Então vamos para o passo número 2... que é....

2º Ter a coragem de arriscar!
Eu sei, esse é um passo um pouco mais avançado. Estamos tão acostumados a buscar segurança que contratamos o medo como nosso guia para as decisões de nossa vida. Mas que sentido faz viver uma vida conduzida pelo medo? Temos medo de errar, medo de nos frustrar, medo do futuro, medo até mesmo de acertar... Mas a verdade é que não há vida sem risco. Não mesmo! Sem risco a vida é apenas uma repetição monótona daquilo que já conhecemos. Você precisa sair do curso de vez em quando, escolher um caminho diferente, provar novos sabores, agir de maneiras diferentes. Arrisque dizer o que sente, ir atrás do que quer, acreditar que é capaz! Certa vez li em um livro algo assim: "Loucura é querer obter resultados diferentes fazendo sempre a mesma coisa". É verdade. Olhe para a sua vida! Ela é resultado daquilo que você sempre fez. Se quiser mudar algo nela, trate de arriscar fazer algo diferente!
Pronto para o último passo???

3º Amar...
Simples assim. Quantas vezes ficamos presos em bifurcações sem saber o que decidir? E nessa indecisão acabamos causando dor. Machucamos a nós mesmos e aqueles que estão ao nosso redor. Mas as coisas ficam mais simples quando nos dispomos a simplesmente amar. Talvez você possa simplesmente se perguntar: "Qual é a decisão mais amorosa? " Entenda que uma decisão amorosa sempre acaba sendo a melhor para todos os envolvidos, mesmo que não pareça ser assim.
É incrível a enorme quantidade de força que recebemos quando começamos a exercitar isso em nossa vida. De repente descobrimos que não precisamos mais ficar paralisados frente a cada escolha, a cada bifurcação em nosso caminho de vida. Nos movemos, e no movimento aprendemos, crescemos e nos sentimos novamente vivos. A Criança Sagrada desperta de novo em nossa vida, e o mundo se torna subitamente cheio de mistérios a serem desvendados. Tenha certeza, a vida estará a seu lado!

Agora é com você!
Lembre-se: São apenas três passos: D.A.A. (Divertir-se, Arriscar, Amar).

Fonte:
http://www2.uol.com.br/vyaestelar/eu_crianca.htm

sábado, 8 de outubro de 2016

E a sua criança interior?

As dificuldades e conflitos que você sente podem ser um reflexo da falta de conexão com sua criança. Sabe que ao reencontrá-la, ela poderá te ajudar? O fato de negar essa criança e suas necessidades pode fazer com que você busque satisfazê-la sem controle, pois tudo acontece de forma inconsciente. Ou seja, você não pensa para agir desse ou daquele modo, simplesmente age, e quando isso acontece, provavelmente quem está agindo é sua 'criança', sua parte inconsciente.
Todos nós temos dois aspectos em nossa personalidade: o 'adulto' e a 'criança'. Quando essas duas dimensões estão em sintonia, temos uma sensação de totalidade. Quando por alguma razão estão desconectadas, a sensação interior poderá ser de conflito e vazio.
Quando criança, buscamos aliviar nossas necessidades de forma imediata. Por exemplo, a criança quando quer comer, não quer saber se tem comida, quem vai fazer, se tem dinheiro, ela quer comer e pronto! Quando ela quer dormir, não pensa se pode ou não pode dormir naquele exato momento, ela simplesmente dorme! Ou seja, espera que suas necessidades sejam atendidas na hora. Quantos adultos não agem como criança e desejam que seus desejos e necessidades sejam satisfeitos da mesma forma: imediatamente? As pessoas que têm dificuldade em obter controle em suas ações, geralmente, agem da mesma maneira, não pensam, simplesmente agem, sem medir as conseqüências.
A criança interior quando se sente desesperadamente isolada e solitária, por não ser reconhecida e nem atendida em suas necessidades, em geral é impulsiva, sem controle dos seus comportamentos, fazendo as coisas sem pensar, como comer, comprar, beber, jogar... tudo de maneira compulsiva. A criança geralmente tem um adulto que pensa por ela e a orienta de maneira adequada, mas e você?
É importante, portanto, não agir como a criança que quer tudo na hora e aprender a adiar o prazer. Mas como fazer isso? Para aprender a entrar em contato com a criança que você foi um dia, procure lembrar de como se sentia quando queria algo e como suas necessidades eram atendidas. Você passou por algum tipo de privação? Ou aconteceu o contrário, tinha tudo que queria, na hora que queria? Primeiro identifique as situações e comportamentos em que não consegue ter controle. Quando surgir alguma dificuldade, é importante identificá-la para que não busque outras formas de aliviar a tensão emocional reprimida. Por exemplo, quando estiver com problemas no trabalho ou na relação afetiva, identifique o que te causa angústia e insatisfação e procure resolver de forma saudável, para que não busque outras formas de compensação.
Pessoas que sentem necessidade em obter satisfação imediata em alguma situação, em geral sentem essa mesma necessidade em todas as áreas de sua vida. Mas você pode ir se exercitando em adiar seu prazer de maneira imediata. Por exemplo, ao sentir necessidade em ligar a televisão no exato minuto em que entra em sua casa, tente adiar esse prazer. Se precisar comprar algo imediatamente ao ver na vitrine, tente adiar sua ida às compras em vez de comprar compulsivamente. Durante uma discussão, procure pensar antes de falar, evitando agir de maneira compulsiva. Assim estará treinando sua capacidade de adiar o prazer.
É a parte criança que age sem pensar. Mas você poderá orientá-la do que é certo. Para fazer isso, você pode deitar, fechar os olhos e imaginar-se conversando consigo mesmo quando criança, como se realmente estivesse com uma criança à sua frente, e dizer palavras que poderão ensinar-lhe como agir sem que prejudique seu adulto.
Ouça sua criança. Se você a encontrasse nesse exato momento, o que ela pediria a você? Que tal levá-la para passear, brincar um pouco mais? Quem sabe fazê-la apenas sorrir? Ouça também seu adulto e lembre-se que desejos e comportamentos atuais podem estar apenas ocultando necessidades não atendidas de sua criança.
Aprender a identificar suas necessidades não atendidas, é mais importante para você, do que satisfazer seus desejos imediatos de maneira compulsiva. Comece a pensar e agir de maneira equilibrada. Por trás de toda necessidade compulsiva existe uma criança, buscando suprir necessidades que, em geral, estão muito distantes das maneiras que os adultos buscam supri-las.
Nos momentos de desejo incontrolável, você deve pensar no que é mais importante: satisfazer um desejo imediato ou adiar o prazer e alcançar os resultados que deseja? Adiar a satisfação quando estiver diante da alguma tentação, proporcionará resultado e prazer ainda maiores. Sua motivação para atingir seus objetivos aumentará, seu amor por você mesmo e por sua criança, que na verdade não quer comida, roupas, beber, jogar, mas com certeza deseja um pouco mais de atenção, carinho e amor!
Lembre-se que a criança é toda a fonte de criatividade, alegria de viver e pureza espiritual que vamos perdendo à medida que nossas vivências vão sendo deturpadas ou agredidas pelo meio em que nos desenvolvemos. Sei que muitos de nós não tivemos uma infância magnifica e perfeita. Mas muitas vezes, a vida exige que nós voltemos ao passado para rever os aprendizados que foram úteis e que devem continuar e aqueles que devem ser reformulados e compreendidos sobre outra óptica. Para que assim podemos seguir em frente com firmeza e força. Dessa forma, segue abaixo alguns exercícios que podem facilitar este contato com a sua criança interior:
1) Fazer uma retrospectiva de como fomos criados, pois temos a tendência de nós tratarmos da maneira que nossos pais nos tratavam.
2) Converse com a sua criança interior e faça perguntas para ela. Coloque abaixo algumas perguntas de sugestão:

  • Do que você gosta?
  • Do que você não gosta?
  • O que faz você sentir medo? Por quê?
  • Como se sente?
  • O que você precisa?

3) Estimular os talentos da sua criança interior.
4) Peça para a sua criança interior fazer uma lista sobre suas dez maneiras de se divertir.
5) Visualize seu quarto de dormir quando pequeno. Lembre-se de como era o seu quarto, as cores, os objetos e o cheiro. Veja sua cama e você dormindo nela. Aproxime-se, passe a mão nos cabelos da sua criança interior e acorde-a. Olhe bem em seus olhos e pergunte a ela o que mais quer e precisa. Ouça a resposta. Depois diga a ela que está a seu lado sempre e que a ama muito. Abrace-a fortemente. Permita-se sentir a emoção deste momento.
6) Imaginar que a sua criança interior, encontra-se na sua frente e fazer a seguintes perguntas para ela:

  • O que você está sentindo?
  • O que você tem?
  • Por que você está triste?
  • Por que você tem medo?
  • O que você gosta de fazer?

7) Procure uma foto sua da infância. Olhe bem para esta criança que você foi um dia e observe o que ela lhe transmite. O que você vê? Uma criança triste ou alegre? Como é o ambiente? Você se lembra deste dia? Como você se sentia? Como é a sua expressão facial e corporal? Qual a sua idade? Se você não tem foto de quando era criança, basta procurar em revistas uma imagem de uma criança que se pareça com você. E lembrar-se desta etapa da sua vida. Depois pegue esta foto sua de criança e coloque num porta retrato. Olhe todos os dias para a foto com carinho, transmitindo-lhe amor.
8) Se apresente para a sua criança. Eu sou você hoje. Você mora dentro de mim. Como você está? Não se esqueça de anotar tudo o que você ouvir ou sentir. Pergunte para sua criança do que ela precisa? O que ela sente neste momento?
9) Abrace sua criança interior. Como você imagina esta cena? Como que é o contato? Fácil ou difícil? Quando estiver triste, abrace-se como se estivesse abraçando uma criança em seu colo. Diga palavras de tranquilidade, transmitindo-lhe muita paz e amor.
10) Compre um urso, boneca ou um cachorrinho de pelúcia e coloque em sua cama. Quando estiver triste, converse com ele, como fazem as crianças.
11) Vá ao supermercado e compre apenas aquilo que gosta. E coma, sem culpas! Mas também sem exageros.
12) Você também pode conversar com a sua criança interior através do espelho. Senta-se em frente ao espelho e comece a fazer-lhe perguntas sobre o que lhe machucou, porquê ela está triste e também para saber o que ela gosta de fazer, suas brincadeiras favoritas etc.
13) Conversar com a criança interior por intermédio da escrita. Use duas canetas com cores diferentes. Com a mão dominante você escreve uma pergunta para sua criança interior e ela irá lhe responder com a mão esquerda. Você pode se surpreender com as respostas. Ás vezes nós achamos que sabemos a respostas e surge algo completamente diferente do que esperávamos.
14) Desenhar com a mão não dominante e depois perguntar para a sua criança interior, o que ela fez.
15) Brinque com a sua criança interior. Qual era a sua brincadeira favorita na infância? Esqueça esses valores sociais que diz quais são os tipos de comportamentos adultos e infantis.
16) Reserve um tempo e leve sua criança para passear, brincar, se divertir.
17) O que fazia quando criança e não faz mais? Ver pessoas queridas, brincar, fazer nada, assistir um desenho, tomar um sorvete... Por onde andam os amigos de infância? Que locais gostaria de ir?
18) Explique para ela as situações difíceis que ela não conseguiu compreender.
19) Para ajudar a sua criança interior a se desprender de mágoas e rancores, utilize as seguintes frases, pois as palavras têm poderes de transformação e cura:

  • Eu sou uma criança amada!
  • Todos os dias e de todas as formas eu sou e estou cada vez melhor e melhor!
  • Ajustarei os meus padrões emocionais ao meu novo eu.
  • O meu novo eu reconhece a minha Criança Interior como adorável, amorosa, Sábia e íntegra.
  • Eu sou digno de ser amado, adorável e íntegro no meu adulto interior e na minha criança interior.

Durante os exercícios com a nossa criança interior, nós iremos perceber que ela é o espelho daquilo que precisamos rever em nós mesmos no momento presente da nossa vida. Não podemos apagar o que ocorreu no nosso passado, mas podemos reformulá-lo e compreendê-lo com um outro olhar. Lembre-se que no seu passado, você fez o melhor que você pode com o conhecimento que você tinha naquela época. E as pessoas a sua volta também. Espero que vocês tenham gostado do meu artigo e se vocês souberem de outros exercícios para trabalhar com a criança interior me mandem, por favor.

Fonte:
http://www2.uol.com.br/vyaestelar/child.htm
http://artedeserpsicologa.over-blog.com/2013/10/exerc%C3%ADcios-para-estabelecer-o-contato-com-a-nossa-crian%C3%A7a-interior.html

sábado, 1 de outubro de 2016

O real significado da criança interior

"Em todo adulto espreita uma criança - uma criança eterna, algo que está sempre vindo a ser, que nunca está completo, e que solicita, atenção e educação incessantes. Essa é a parte da personalidade humana que quer desenvolver-se e tornar-se completa"
Carl Gustav Jung (1875-196)

O que é ser criança?
Antes de eu falar sobre o que é ser criança, gostaria de trazer para você informações sobre o período da infância. A infância é um período que vai desde o nascimento até em torno dos 12 anos de idade. Este momento da nossa vida é marcado com um grande desenvolvimento físico e psicológico, envolvendo fortes mudanças no desenvolvimento da sua personalidade. O desenvolvimento da criança implica uma serie de aprendizagens que serão essenciais para a sua formação mais tarde, como adulto. Nos primeiros anos de vida, a criança deve ser estimulada para despertar os seus sentidos e a fala (linguagem). Com o passar do tempo, a criança vai aprimorando sua capacidade de se comunicar e é introduzida na escola, onde ela vai assimilar os valores culturais. A concepção de criança é construída pela cultura, ou seja, ela é socialmente determinada pelo ambiente em que vive, pois precisa exprimir as aspirações da sociedade e dos adultos a sua volta. Portanto, o seu responsável que irá legitimá-la como um individuo na sociedade. As crianças são muito receptivas as influências do seu meio. Da mesma forma, que a criança transforma as relações a sua volta, ela se modifica em contato com o ambiente. Não sei se todos sabem, mas por curiosidade o sentimento da infância é recente na história e o seu aparecimento ocorre em meados do século XIX. Mas o que chama mais atenção é que os Direitos Internacionais da criança e do adolescente, foram proclamados pelas Nações Unidas na década de 1950, a Constituição Federal em 1988 e o ECA somente em 1990, onde o Estado assumiu a responsabilidade pelos desvalidos e reconheceu a criança e o adolescente como sujeitos de direitos.
Jung definiu a infância, da seguinte maneira:
“No estágio infantil da consciência, ainda não há problemas, nada depende do sujeito, porque a própria criança ainda depende inteiramente dos pais. É como se ainda não tivesse nascido inteiramente, mas se achasse mergulhada na atmosfera dos pais. O nascimento psíquico e, com ele, a diferenciação consciente em relação aos pais só ocorre na puberdade, com a irrupção da sexualidade. A mudança fisiológica é acompanhada também de uma revolução espiritual. Isto é, as várias manifestações corporais acentuam de tal maneira o eu, que este freqüentemente se impõe desmedidamente... Até este período, a vida psicológica do indivíduo é governada basicamente pelos instintos e por isto não conhece nenhum problema. Mesmo quando limitações externas se contrapõem aos impulsos subjetivos, estas restrições não provocam uma cisão interior do próprio indivíduo. Este se submete ou as evita, em total harmonia consigo próprio. Ele não conhece o estado de divisão interior, induzido pelos problemas.”
Mas o que é ser criança? Para explicar o que é ser criança encontrei um poema longo num site e eu achei que ele expressa muito o tema do nosso artigo. Eu não coloquei ele todo porque é muito extenso, mas para quem estiver interessado... leia-o inteiro.
Acreditar no momento presente com tudo o que oferece!
Poder acreditar que há futuro!
Conseguir perdoar mais fácil do que brigar!
Esquecer um pouco das responsabilidades sem contudo ser irresponsável!
Inventar novas formas de ser criança!
Nascer de novo a cada dia!
Rir e brincar!
Ser feliz com muito pouco
Ser inventor, poeta e escritor!
Ter coragem de nao ter medo!
Viver o presente!
Fazer amigos antes mesmo de saber o nome deles!
Ter um riso franco!
Ser criança é poder contar com um adulto, ao lado, como um apoio.
Ser criança é ainda ser adulto que nunca esqueceu da criança que foi um dia, a criança que ainda vive em seu intimo e que justifica e dignifica todos os tropeços que teve que enfrentar no seu dia a dia para aprender a ter fé e acreditar em si próprio e sentir-se forte o suficiente para cria rasas e voar para a vida e assim ter o direito de viver, brincar, crescer, sonhar e realizar!
Acredito que a nossa criança interior é que guarda a verdadeira voz do nosso espirito, que é aquilo que a nossa alma deseja seguir como caminho de vida!
O que é arquétipo?
Os arquétipos são imagens primordiais ou imagens psíquicas do nosso inconsciente coletivo. O inconsciente coletivo é a parte do inconsciente individual que resulta da experiência ancestral da espécie, ou seja, ele contêm material psíquico que não provêm da experiência pessoal. Os conteúdos psíquicos do inconsciente são os arquétipos, que possui uma forma de pensamento universal com muita carga afetiva. Os arquétipos são determinantes inatos da nossa vida mental e eles são originados através de repetições de uma mesma experiência durante muitas gerações. Dessa forma, pode-se dizer que os arquétipos são heranças genéticas dos nossos ancestrais, que pertenceram a uma determinada civilização ou povo que passaram pelas mesmas experiências. Isto nos leva de forma inconsciente a comportar-se de modo semelhante aos ancestrais quando devemos enfrentar situações similares. A experiência arquetípica vai se realizar através da emoção sentida quando atravessamos acontecimentos importantes na nossa vida, como por exemplo, um casamento, nascimento de filho, morte etc. Jung foi um dos primeiros psiquiatras a investigar profundamente as produções artísticas em todas as partes do mundo e durante as suas pesquisas ele percebeu que muitas pinturas, lendas, contos etc, repetiam os mesmos símbolos (lembrando que os símbolos são algo dinâmico e vivo, que vai além do consciente), ou seja, possuíam arquétipos comuns. Estou explicando de forma objetiva o que é arquétipo, porque a infância é um período muito importante na vida de todos nos e também possui os seus arquétipos, como veremos abaixo.
Os arquétipos da criança
Ao longo da historia da humanidade, a figura da criança sagrada surge em diversas tradições religiosas ou mitológicas. Suas características em comuns não são meras coincidências. São diferentes expressões de um mesmo princípio arquetípico, que corresponde a uma necessidade humana básica: a necessidade de evolução espiritual. A criança divina já surge completa, nada lhe falta.
A criança divina diz respeito ao eixo central que, tendo uma origem narcísica, permite a coesão do self. Trata-se de uma representação do “sopro divino”, de uma integração com a natureza, de um saber direto, intuitivo". (Carl Jung)
Carl Jung também cita:
A "criança" nasce do útero do inconsciente, gerada no fundamento da natureza humana, ou melhor, da própria natureza viva. É uma personificação de forças vitais, que vão além do alcance limitado da nossa consciência, dos nossos caminhos e possibilidades, desconhecidos pela consciência e sua unilateralidade, e uma inteireza que abrange as profundidades da natureza. Ela representa o mais forte e inelutável impulso do ser, isto é, o impulso de realizar-se a si mesmo. É uma impossibilidade de ser-de-outra-forma, equipada com todas as forças instintivas naturais, ao passo que a consciência sempre se emaranha em uma suposta possibilidade de ser-de-outra-forma. O impulso e a compulsão da auto-realização é uma lei da natureza e, por isso, tem uma força invencível, mesmo que seu efeito seja no início insignificante e improvável.
A criança sagrada é aquela que:

  • não perdeu a consciência da sua origem
  • melhor expressa as qualidades relacionadas aos nossos valores espirituais
  • possui uma sabedoria natural
  • possui os valores da nossa origem
  • está acima das limitações humanas, pois está diretamente conectada com o divino.
  • nos leva ao verdadeiro
  • fonte de poder e transformação
  • nos traz o amor incondicional e o futuro em potencial, pois prepara uma futura transformação da personalidade
  • unificação dos opostos
  • portador da salvação
  • propicia a completude
  • transcendência da consciência (com a inteireza de ser a si mesmo)
  • nos ajuda a experimentar o lado leve, prazeroso e divertido da vida
  • nos contagia com a sua positividade, trazendo à tona o que há de melhor em nós e nos outros
  • Flui para o futuro

O arquétipo da criança pertence ao arquétipos da sobrevivência e seu papel é despertar o reino de Deus dentro de nós, nos levando a um estado de consciência mais amplo. A criança Sagrada, brinca, tem alegria e espontaneidade, ou seja, é a manifestação do eu superior (a essência maior que há dentro de nós). Talvez seja por isso, que Jesus dizia : «- Deixai as crianças virem a mim, porque a elas pertencem o reino de Deus».
O arquétipo da criança integrado de forma saudável na nossa psique vai estimular a busca pela alegria de viver, fazendo com que encontremos mais diversão no dia a dia e além também de favorecer o equilíbrio entre momentos de prazer e responsabilidade. O arquétipo da criança possui como tendência de sombra quatro aspectos: a criança ferida, abandonada ou órfã , dependente, inocente, natureza ou divina. As tendências da sombra deste arquétipo pode nos enviar energias em diferentes situações do nosso cotidiano e seu principal problema costuma ser dependência versus responsabilidade.
Criança Ferida: A criança ferida mantém as memórias de abuso físico e emocional, negligência e outras situações traumatizantes que possam ter ocorrido no período da infância, lembrando que esta é uma fase da nossa vida muito marcante, pois é neste momento que esta sendo construída toda a personalidade do individuo. Os seus aspectos negativos envolvem o desenvolvimento do sentimento de autopiedade, uma resistência a perdoar e seguir em frente na sua vida, ou seja, ela fica presa ao passado. Há também uma tendência a culpar os pais por todos os acontecimentos ruins que ocorreram na sua vida. Ela ainda pode procurar outras figuras paternas e maternas para resolverem situações difíceis de sua vida, em vez de utilizar seus próprios recursos. Já o seu lado positivo, faz com que suas experiências dolorosas sejam transformadas em compaixão, podendo em alguns casos até surgir o desejo de querer ajudar outras crianças feridas. Do ponto de vista espiritual, a criança ferida aprende o caminho do perdão.
Criança Órfã: está relacionada ao sentimento das pessoas que não se sentem como parte sua própria família. Dessa forma, inconscientemente, a pessoa acaba desenvolvendo uma independência muito jovem. O seu aspecto negativo faz com que a pessoa guarde dentro da sua alma o sentimento de abandono, rejeição e muitas vezes acaba buscando outras famílias para experimentar o sentimento de união familiar. Ao entrar em contato com a criança órfã, a pessoa irá ter um ganho de consciência em constatar que curar essas feridas requer amadurecimento e assumir a vida adulta, estabelecendo relações maduras.
Criança Mágica ou Inocente: vê o potencial da beleza sagrada em todas as coisas e incorpora as qualidades da sabedoria e da coragem diante de momentos de dificuldade. Possui de um grande poder de imaginação e acredita que tudo é possível. A energia de sombra da criança mágica se manifesta na transformação ingênua do que é realmente mal ou prejudicial em aparentemente bom. Além disso, diante dos olhares descrentes e cínicos dos adultos de sua infância, pode ter aprendido a assumir atitudes de pessimismo e depressão, particularmente ao explorar seus sonhos. Ela ainda corre o risco de, ilusoriamente, acreditar que não é necessário agir e investir energia para que algo aconteça, entrando em um mundo de fantasias. Um exemplo é Anne Frank, que escreveu em seu diário que apesar de todo o horror que envolvia a sua família, enquanto estava escondida dos Nazistas em um sótão, ela ainda acreditava que a humanidade era basicamente boa.
Criança Natural: desenvolve um profundo contato com a natureza e em muitos casos possui muita afinidade com os animais. As Crianças da Natureza podem desenvolver habilidades avançadas de comunicação com os animais. Tem uma grande capacidade de resiliência, ou seja, de enfrentar situações complicadas e voltar a seu estado natural. A maioria delas considera fundamental para o seu bem estar psíquico o contato com animais e com os espíritos da natureza. Muitos veterinários e ativistas dos direitos dos animais ressoam com este arquétipo porque eles sentiram uma harmonia consciente com os animais desde a infância. Outros adultos descrevem que estão em comunicação com os espíritos da natureza e aprendendo a trabalhar em harmonia com eles. O aspecto sombra da Criança da Natureza se manifesta em uma tendência para abusar dos animais, das pessoas e do meio ambiente de modo geral.
Eterna Criança: Esse arquétipo nos guia a permanecer eternamente jovens em corpo, mente e espírito. O aspecto sombrio da Eterna Criança se manifesta como uma inabilidade de crescer e assumir as responsabilidades na vida como um adulto. Como Peter Pan, o Eterno Menino que resiste a terminar um ciclo da vida no qual ele é livre para viver fora dos limites do adulto convencional. Nas relações afetivas, pode aparecer como dependência de parceiros que ofereçam segurança física e material.
Criança Dependente: Carrega em si um opressivo sentimento profundo de que nada é satisfatório e está sempre em busca de encontrar algo que substituir algo que foi perdido em sua infância (esta busca costuma não ser muito clara). Tem tendência a uma depressão profunda e a ficar focada em suas próprias necessidades, sendo muitas vezes incapaz de ver as necessidades dos outros. Quando se dá conta desse padrão, aprende a evitar de entrar em um estado de dependência.
Criança Divina: Está bastante relacionada à Criança Mágica ou Inocente, mas se distingue dela por sua missão redentora ou salvadora. É associada à pureza e à inocência, além de apresentar qualidades que sugerem que essa criança tem uma união especial com o Divino. A sombra deste arquétipo se manifesta como uma inabilidade de se defender contra forças negativas. Avaliem o seu envolvimento com este arquétipo, perguntando se vocês percebem a vida através dos olhos de um Deus/Deusa benevolente, confiante, ou se vocês tendem a responder inicialmente com medo de ser ferido ou com um desejo de ferir os outros primeiro.
O que é a criança interior?
Como nós já vimos acima, agora podemos compreender melhor que dentro de cada um de nós, existe uma criança interior. Essa criança interior nada mais é a criança que fomos um dia. Ela vai nos acompanhar durante todo o percurso da nossa vida e influenciar em nossa decisões e comportamentos no nosso cotidiano. Mesmo que tenhamos atingido a idade adulta, alguns dos nosso comportamentos continuam sendo exatamente iguais quando éramos crianças. A criança interior nada mais é que o nosso verdadeiro EU, aquele eu bem profundo dentro da gente que corresponde a nossa verdadeira essência. Nossa verdadeira essência aparece quando fazemos coisas que nos dá prazer e nos fazem bem. Quando passamos por situações de muita violência na infância, pode-se acarretar prejuízos na vida adulta. Por isso, é importante conversarmos com a nossa criança interior e ajudá-la a compreender e a racionalizar as situações difíceis que ela teve que enfrentar, para que assim ela possa desapegar-se desses traumas alojados no seu coração. Acho importante acolhermos todas as partes da nossa criança interior, tudo o que ela traz, tanto suas tendências boas como ruins, para que assim estejamos livres para encontrar e melhor ainda, expressar a nossa verdadeira essência que existe dentro de nós. Quando a criança interior está desperta em nós de forma saudável ela nos traz coragem, entusiasmo e equilíbrio. Assim sendo, podemos também nos tornarmos mais capazes de transmitir amor à nossa volta e à nossa família.

Infância ideal e infância real
Em geral, levamos dentro de nós uma imagem da infância ideal, daquela em que o acolhimento e demonstrações de amor foram perfeitos. Essa imagem muitas vezes poderá ser projetada nos outros e lamentando-nos por um ideal, idealizamos relacionamentos e aumentamos nossa solidão e dor. Por trás dessas imagens da infância real e da infância ideal está a imagem da criança interior divina, que brota da camada arquetípica mais profunda de nosso ser.
A criança interior divina tem a inocência, a espontaneidade e o anseio profundo da alma humana por expandir-se e crescer. Às vezes, essa criança interior faz exigências muito intensas, apresentando-se por emoções, ansiedade, depressão, raiva, conflito, vazio, solidão, ou sintomas físicos. A força vital e natural desse arquétipo quer o nosso reconhecimento e ao ser ignorada pode acarretar sérias consequências quando adulto. Quando não fomos devidamente valorizados quando crianças, diminuímos o valor da criança interior e assim mantemos as vivências de nossa infância e seu sofrimento.
Para encontrar essa criança abandonada o mais indicado é através do processo analítico, ou seja, da psicoterapia com base no inconsciente, amparando essa criança e compreendendo seus sentimentos, pois a cura só acontece quando lamentamos nossos sentimentos mais íntimos. Assim, desenvolvemos a função transcendente, que nos conduz à revelação do essencial no homem. No início não passa de um processo natural. Jung deu a esse processo o nome de processo de individuação, o qual parte do pressuposto de que o homem é capaz de atingir sua totalidade, isto é, de que pode curar-se.
E essa cura pode muitas vezes ser obtida quando se encontra essa criança, muitas vezes abandonada, mas que nem sempre conseguimos reconhecer sua existência, principalmente pelo fato da resistência e máscaras que vamos desenvolvendo no decorrer da vida e que nos distancia de nosso verdadeiro eu.
O primeiro passo no processo de individuação é explorar a persona (máscara), pois embora tenha funções protetoras importantes, ela é também uma máscara que esconde o self, nosso verdadeiro eu, o inconsciente e tudo que ele contêm.

Fonte:
http://artedeserpsicologa.over-blog.com/2013/10/a-crian%C3%A7a-interior.html
http://www2.uol.com.br/vyaestelar/crianca01.htm