sábado, 21 de junho de 2014

Sexo & Casamento

Ninguém gosta muito de admitir, mas a falta de sexo é um problema comum no casamento. A excitação do início do relacionamento vai se perdendo com o passar do tempo e com o aumento das responsabilidades cotidianas.
O sexo deixa de ser prioridade até simplesmente se tornar um evento raro na vida de alguns casais. Não é possível saber com exatidão quantos vivem um casamento sem sexo no Brasil, entretanto, um estudo realizado pelo Ministério da Saúde, em 2008, revelou que 11% das pessoas que mantinham um relacionamento estável não haviam tido relações sexuais no período de um ano.
Para os especialistas norte-americanos, um casamento sem sexo é aquele em que o casal não tem mais do que dez relações por ano, um pouco menos do que uma transa por mês. Se esse parâmetro for levado em consideração, o relacionamento do segurança Vinícius*, 28 anos, que mora em Santos (SP), encaixa-se nessa definição.
Para a psicóloga e sexóloga Sheila Reis, diretora de relacionamento da Sociedade Brasileira de Estudos em Sexualidade Humana, a ausência ou baixa frequência de relações sexuais em um casamento só pode ser considerada como problema se um dos cônjuges não estiver satisfeito. "Quem estabelece o ritmo é o próprio casal".
Sheila enfatiza que não existe uma frequência normal ou ideal, o importante é que o sexo seja satisfatório e prazeroso para os dois. A psicóloga também chama a atenção para a influência dos veículos de comunicação na vida entre os lençóis, que às vezes propaga padrões sexuais que não se aplicam a todo mundo. "Casais que não tinham problemas acabam achando que têm porque ficam se comparando a outros".
A sexóloga Sheila Reis concorda que a fantasia de que tudo será mágico, como no começo da relação ou nas novelas, atrapalha os relacionamentos longos. "Depois de um tempo, o sexo é diferente. Não significa que seja pior. O legal é descobrir que no casamento ele pode vir a qualquer hora, a qualquer momento".
Para a psicóloga e terapeuta sexual belga Esther Perel, autora do livro "Sexo no Cativeiro" (Editora Objetiva), traduzido para 25 idiomas, a crise que muitos casais estão vivendo advém das expectativas do amor no mundo moderno. "É a primeira vez na história que nós estamos tentando criar relações duradouras que também tenham paixão. Conectamos a felicidade do casamento com a satisfação sexual. No passado, isso não era algo que determinava a qualidade do casamento".
Os casais querem amor e desejo, entretanto, o que mantém um apaga o outro. O amor pede estabilidade, segurança e previsibilidade, já o desejo arde mais quando existe mistério, aventura e novidade. "O que precisamos emocionalmente não é a mesma coisa que nos excita sexualmente", diz Esther Perel.
Como é possível resolver esse dilema? A terapeuta afirma que é preciso criar espaço na relação para manter uma certa intensidade erótica, por meio da imaginação, brincadeira e curiosidade pelo outro, que não pode perder seu caráter individual. "Equilibrar estabilidade e aventura em uma relação talvez não seja um problema que se resolva, mas que se administre".
Sheila Reis diz que o segredo é  um velho conhecido: o diálogo. Mesmo estando em um relacionamento há anos, segundo a sexóloga, muitas pessoas ainda não conseguem expor suas necessidades e seus desejos por medo do que o outro vai pensar. "O diálogo aberto, sem receio ou vergonha, corresponde a 90% de qualquer tratamento".
O que muitos não sabem é que o órgão mais sensual no corpo do homem e da mulher não está abaixo da cintura. Há uma glândula em nosso cérebro chamada hipófise que é responsável pelo estímulo sexual. Muito antes do seu órgão genital entrar em ação, a excitação começa na mente.
O que cria o clima para o prazer da mulher é o homem ser cavalheiro, cuidadoso, e atencioso com ela o dia todo - como com nenhuma outra mulher. O que cria o clima para o homem é a mulher ser respeitosa para com ele, fazê-lo sentir que é o seu herói, e mostrar desejo por ele.

Algumas considerações práticas para o dia-a-dia
1. Antes de acusar o outro de não ter mais libido, os casais deveriam comparar o que eles faziam enquanto estavam solteiros e o que fazem agora. Algumas mudanças de comportamento do parceiro podem alterar o desejo de qualquer mulher. Necessariamente a culpa não é só da mulher, mas sim do casal. É preciso avaliar a vida sentimental e sexual da dupla, pensar nas mudanças que ocorreram após o casamento e retomar o romantismo, as surpresas e o namoro. (Luciane Secco)
2. Cada pessoa tem um ritmo sexual próprio. É normal que, em alguns casos, o homem deseje fazer mais sexo que a mulher – e resolva essa necessidade se masturbando. Ou pode ser simplesmente um prazer solitário que ele quer manter. A melhor estratégia é aceitar a masturbação como parte integrante da vida sexual dele e participar disso. Quem sabe você não passa a se interessar também pela masturbação? (Marilandes Ribeiro Braga)
3. Obviamente eles acessam sites de pornografia em busca de novidades excitantes. As mulheres não fazem o mesmo porque não foram educadas para isso. A sexualidade feminina é reprimida desde criança, já a masculina é estimula, os homens são “programados” para vivenciar o sexo desde cedo. Mas se isso realmente te incomoda, tente embelecer um diálogo com ele para que vocês possam melhorar a intimidade e encontrar, juntos, uma saída. (Carla Cecarello)
4. Para muitas mulheres que viram mãe o sexo passa a ter menor importância no dia a dia, mas sem isso seu casamento não estará completo e, mais cedo ou mais tarde, você também vai perceber que não está completa. Tem que se esforçar lançando mão de fantasias, novas propostas, acrescentando energia na sua vida como mulher – e não só como mãe. (Luciane Secco)
5. O mais provável é que a diminuição de relações reflita estresse, descontentamento conjugal, patologia física ou depressão. Quem trai geralmente não deixa de ter relações com o parceiro, até porque quanto mais sexo se faz, mais vontade de fazer sexo se tem. As pessoas costumam deixar de fazer sexo com o cônjuge por traição quando se apaixonam por outra pessoa, mas mesmo assim não é certo e matemático. (Carla Cecarello)
6. Os homens podem apresentar queda do desejo sexual na faixa de 50 anos porque sofrem alteração hormonal. É necessário buscar ajuda médica para investigar se existe algum problema nesse sentido – se for necessário é possível fazer reposição hormonal. Descartada essa possibilidade, deve-se descobrir o que está acontecendo com o psicológico dele e a vida conjugal do casal para que o desejo tenha diminuído. Salvo os problemas físicos, a vontade de fazer sexo é muito pessoal. Tem homens de 50 anos que relatam ter mais desejo sexual hoje do que quando tinham 20 anos. E homens de 20 anos com pouco desejo. (Carla Cecarello)
7. Em primeiro lugar, a criança não pode dormir no quarto dos pais, desde bebê ela deve ter seu próprio quarto. Deixe a porta do quarto de vocês trancada ao praticar sexo. Caso a criança precise de ajuda ou tenha algum problema, ela vai chamar. Por último, se por algum contratempo o pequeno vir ou ouvir algo, explique de forma bem simplista que papai e mamãe estavam namorando, mas não dê muita importância para isso, pois nessa idade não é possível entender muita coisa. E o mais importante: não fiquem neuróticos. (Marilandes Ribeiro Braga)
8. Se você prefere dormir cedo a fazer sexo, isso é falta de motivação. Muito provavelmente o cônjuge não está sendo tão interessante. É preciso conversar de forma franca e objetiva e detectar os pontos que não estão dando certo na relação. Só então vocês poderão propor saídas e transformar o que não está bom. Livros, filmes e contos eróticos podem dar uma injeção de motivação no relacionamento. Proponha também atividades prazerosas e que não necessariamente tenham relação com sexo, como sair pra jantar, ir ao cinema ou teatro. (Carla Cecarello)

Fonte:
http://noticias.bol.uol.com.br/ultimas-noticias/entretenimento/2013/11/25/casamento-sem-sexo-e-coisa-antiga-mas-reclamar-disso-e-novidade.htm
http://delas.ig.com.br/amoresexo/dez-perguntas-respondidas-sobre-o-sexo-no-casamento/n1597079906091.html
http://www.renatocardoso.com/blog/2012/07/03/dicas-para-apimentar-a-relacao/

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